Sul do país segue com chuvas extremas nos próximos dias

A frente fria que leva instabilidade climática ao Rio Grande do Sul continua preocupando. Os prognósticos são, novamente, de um acumulado de chuva muito expressivo, com volumes variando entre 150mm e 300mm, aponta a meteorologista da Nottus, Desirée Brandt. 

Com o solo já encharcado, o risco potencial para deslizamentos aumenta, principalmente, na região serrana. Há condições para temporais com raios e rajadas de vento. “No meio da próxima semana ainda tem mais previsão de chuva acima da média para o estado”, destaca Brandt. As precipitações mantém o alerta para o aumento do nível dos rios, de acordo a Defesa Civil do RS, contribuindo para a manutenção das áreas de inundações. 

Em Santa Catarina, há condições para a formação de pancadas isoladas de chuva no sul do estado neste domingo, 05, próximo da divisa com o RS. O risco é baixo para ocorrências relacionadas às condições de tempo previstas, “porém segue moderado para deslizamentos devido ao encharcamento do solo provocado pela chuva dos dias anteriores”, comunica a Defesa Civil catarinense.

O tempo permanece instável entre as regiões oeste e sudoeste do Paraná. De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do estado, são esperadas pancadas de chuvas acompanhadas de descargas elétricas no decorrer do fim de semana. Nas demais regiões, o tempo segue estável, com temperaturas elevadas. 

As perspectivas climáticas para maio na região Sul não são positivas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a tendência é de chuva acima da média. O cenário é explicado por alguns fatores:

• El Niño: “embora esteja perdendo força” como explicou Desireé ao Agro Estadão, o fenômeno climático responsável por aquecer as águas do Oceano Pacífico ajuda a bloquear as frentes frias. Com isso, há uma concentração dos sistemas de áreas de instabilidade na altura do Rio Grande do Sul. O resultado: chuvas intensas observadas desde o último sábado (27/04).
• Onda de calor: a massa de ar quente e seco no centro do país tem causado um bloqueio atmosférico na região. Por isso, não há o avanço das frentes frias vindas do Sul do país.