Agropolítica

Ministério de Minas e Energia vai propor programa de mineração voltado à produção de fertilizantes

Anúncio foi feito na inauguração de fábrica que irá produzir 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados em Minas Gerais

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o governo federal deve dar início a um programa de mineração para auxiliar na segurança alimentar do país. Segundo ele, essa iniciativa prevê um mapeamento de extração de minerais para ajudar na produção de fertilizantes nacionalmente. 

“Vamos priorizar o mapeamento geológico dos minerais fundamentais, tanto críticos quanto fertilizantes. O aumento da produção de fertilizantes vai impactar na produção de alimentos, a nossa grande vocação. O fertilizante mais barato vai beneficiar a produção agrícola e baixar o preço dos alimentos”, revelou Silveira.

O anúncio foi feito durante a cerimônia de inauguração de um complexo industrial em Serra do Salitre, no Triângulo Mineiro, nesta quarta, 13. O chefe da pasta disse que o programa será proposto na primeira reunião do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM).

“Estamos confirmando a instalação do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), e na primeira reunião, já no próximo mês, vamos propor um programa de mineração para a segurança alimentar”, afirmou. 

O ministério de Minas e Energia não deu detalhes sobre como irá funcionar esse programa, mas disse em nota que o objetivo da iniciativa é fazer um mapeamento de potássio, fosfato, remineralizadores e fertilizantes naturais. De acordo com a pasta, devem ser investidos nesse programa R$ 105 milhões até 2025.

Além do programa citado por Silveira, o governo já tem estabelecido diretrizes para o Plano Nacional de Fertilizantes, com ações aprovadas em novembro do ano passado pelo Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (Confert). O objetivo principal é que a produção nacional de fertilizantes possa suprir entre 45% e 50% do consumo interno até 2050.

Nova fábrica de fertilizantes vai produzir 15% da produção de fosfatado no Brasil

A cerimônia de inauguração contou com a presença de autoridades do poder Executivo, como o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. 

A nova fábrica produzirá anualmente 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados, o que corresponde a 15% da produção nacional desse insumo agrícola. Além disso, 1 milhão de toneladas de ácido sulfúrico e 240 mil toneladas de ácido fosfórico também serão produzidos. 

O ministro Fávaro disse que esses fertilizantes são de “soberania nacional” e que irão ajudar na redução da dependência dessa matéria-prima. Atualmente, mais de 80% dos fertilizantes são importados.

“Estamos implementando um crescimento sustentável da nossa agropecuária. Vamos incentivar, com o decreto do presidente Lula, a conversão de mais de 40 milhões de hectares de pastagem de baixa produção para alta produtividade, e, para isso, fertilizante é fundamental. Esse investimento, que hoje é de 15% da produção nacional, precisa e pode ser aumentado, não só fosfato, mas também para potássio, nitrogenados, na garantia de que teremos consumo e oportunidades com a EuroChem”, pontuou o ministro durante a cerimônia. 

Essa é a primeira planta de mineração da empresa EuroChem fora da Europa. O custo da implantação está orçado em mais de US$ 1 bilhão. Gustavo Horbach, diretor presidente da EuroChem América do Sul, falou que a multinacional europeia também vai continuar buscando diminuir a dependência externa de fertilizantes.

“A nossa principal missão no Brasil, que é a nossa escolha, reside em duas grandes direções. A primeira é continuar impactando positivamente as comunidades que nos recebem. E segundo, reafirmar o nosso compromisso com o Brasil, com a nossa pátria, de fazer com que cada vez mais a dependência, aqui dentro, de importações de fertilizantes seja gradativamente reduzida”, anunciou Horbach.