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Chuvas no RS: Fávaro sinaliza com linha de crédito emergencial e leilão para comprar arroz do Mercosul

Ministro da Agricultura também pediu ao Conselho Monetário Nacional prorrogação de dívidas dos produtores afetados por 90 dias

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Fernanda Farias | fernanda.farias@estadao.com | Atualizada às 18h18

07/05/2024 - 16:36

Foto: Mapa/Divulgação
Foto: Mapa/Divulgação

Os produtores rurais do Rio Grande do Sul afetados pelas tempestades poderão ser beneficiados com linha de crédito emergencial com juros de 3% ao ano e com 15 anos para pagar, podendo os dois primeiros serem usados como carência. Segundo o economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se mostrou preocupado com a situação. 

“O ministro acolheu a nossa proposta. O governo federal se mostrou consciente da necessidade de dar respostas desta vez (…) precisamos que venham recursos federais para os produtores atingidos fiquem adimplentes” afirma Antonio da Luz ao Agro Estadão. O assunto foi discutido em uma reunião virtual nesta terça-feira, 7, entre a Farsul e o ministro Fávaro e equipe. 

reunião virtual do ministério da agricultura e farsul
Farsul apresentou situação do RS para equipe do Ministério da Agricultura em reunião virtual. Foto: Mapa/Divulgação

À tarde, Fávaro participou de uma reunião ministerial na Casa Civil, e encaminhou o pedido ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para votar pela prorrogação das dívidas de produtores gaúchos em até 90 dias. “O pleito foi feito pela Farsul e foi encaminhado à ministra Simone Tebet [ministra do Planejamento e Orçamento] para ter uma reunião extraordinária”, contou o ministro na saída da reunião.

Fávaro disse que nesta quarta-feira se reunirá com representantes de cooperativas do Rio Grande do Sul, pois o momento é de colher as demandas e entender o que está acontecendo no estado. “É impossível falar [em números e perdas]. Eu já vi relatos… não sei quantos bi… gente, a água baixando, nós vamos tomar medidas, mas não dá pra quantificar ainda”, finalizou. 

O ministro falou aos jornalistas sobre a apresentação feita pelo economista-chefe da Farsul, Antonio da Luz, responsável por mostrar ao ministro algumas cenas e dados. Cerca de 4,5 milhões de pessoas foram afetadas direta ou indiretamente pela tragédia climática. Neste momento, a capital e a região metropolitana de Porto Alegre são as regiões mais críticas, com o nível do Guaíba acima de cinco metros. 

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Ao Agro Estadão, Antonio da Luz diz que, agora, não é possível estimar as perdas financeiras – especialmente no agro. Mas é necessário já traçar planos para a recuperação de casas, indústrias e área rural.  “Nós estamos vivendo um drama humano. Enquanto nós não resolvermos o drama humano, não vamos conseguir falar em perdas. Na sequência, quando as águas baixarem, precisaremos ter medidas prontas para reconstruir o estado”, diz da Luz. 

O economista reforça que o Rio Grande do Sul se mantém, tradicionalmente, nas primeiras posições entre os estados em que os produtores rurais ficam em dia com o pagamento de dívidas. “O mercado pode ficar descansado, nós sempre fomos o estado de melhor adimplência, mesmo com estiagens, com perdas. Não vai ser diferente desta vez. Nós vamos manter”, afirma.

Fávaro diz que importação de arroz é para evitar especulações e aumento do preço

Para evitar o desabastecimento, o ministro da Agricultura disse que o governo quer comprar 1 milhão de toneladas de arroz do Mercosul, por meio de um leilão realizado pela Conab. Para isso, uma medida provisória está sendo elaborada para ser enviada ao Congresso Nacional. 

Fávaro admite que os produtores gaúchos teriam condições de fornecer o arroz, mas com a dificuldade logística, isso torna-se inviável. Da safra gaúcha do cereal estimada em cerca de 8 milhões de toneladas, 1,6 milhão de toneladas ainda estavam nas lavouras e foram perdidas. 

Segundo Fávaro, o arroz comprado será descascado e empacotado para ir direto às gôndolas dos supermercados. “Nós não queremos concorrer com os produtores. Queremos que a Conab cumpra seu papel de garantir o abastecimento e evitar especulações”, explicou. 

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Farsul é contra importação de arroz 

A ideia da importação de arroz havia sido anunciada na reunião desta manhã com a Farsul e desagradou o presidente da entidade.  “Nós não temos problema de arroz, não falta arroz. Nosso problema é logística, são as estradas para transportar o produto”, diz Gedeão Pereira ao Agro Estadão. 

Segundo ele, Fávaro ainda sugeriu criar um fundo garantidor para que os produtores rurais possam acessar crédito nos bancos privados tendo como garantia o governo federal. 

Secretário de Agricultura do RS: os problemas de logística são brutais 

O presidente da Farsul afirma que não é possível estimar perdas financeiras no agronegócio do estado, como fez a Confederação Nacional dos Municípios.  “Qualquer coisa que falar agora é temerário, é chute”, analisa Gedeão. 

Hoje, a Farsul ouviu representantes de mais de 100 sindicatos rurais gaúchos, justamente para levantar as ações que serão necessárias para cada região e cada cultura. A principal preocupação é a logística para chegar nos locais em que há pessoas isoladas.

O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação tem a mesma posição. Giovani Feltes lembra que mais de 85% das lavouras de soja e arroz já tinham sido colhidas e que não é possível ter uma estimativa de perda fiel aos números devido à dificuldade de acesso às produções. 

“Não tem como aferir de forma mais adequada. Os problemas de logística são brutais, temos 187 pontos de bloqueio em rodovias estaduais, federais e vicinais. Nós temos nos esforçado para minorar os efeitos que já estamos enfrentando e vamos enfrentar mais – de abastecimento de alimentos”, analisa Feltes ao Agro Estadão. 

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