Agro na COP30

Datagro: COP precisa avançar para adoção de novos critérios de sustentabilidade

Plínio Nastari propõe medir ciclo de vida, valorizar renováveis e biocombustíveis no Brasil

O presidente da Datagro, Plínio Nastari, afirmou que a COP 30 deve ser marcada por ações concretas e apresentou quatro propostas para o Brasil: definir critérios claros de sustentabilidade, acabar com o conceito de adicionalidade, criar métricas para medir o carbono no solo e valorizar as conquistas do país em energia renovável e biocombustíveis. As propostas foram apresentadas durante o Seminário COP 30, promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), nesta segunda-feira.

A primeira proposta é a definição de critérios claros de sustentabilidade, adotando medidas mais completas, como a avaliação do ciclo de vida de produtos e veículos, em vez de se limitar à simples medição, por exemplo, de emissões pelo escapamento de veículos. “Se usarmos apenas o critério mais simples, corremos o risco de criar políticas públicas equivocadas”, explicou, citando o programa Mover e a MP do Combustível do Futuro como exemplos de iniciativas avançadas no Brasil.

A segunda sugestão é acabar com o conceito de adicionalidade, que não reconhece políticas climáticas anteriores a 2008. “O Brasil já tem 50% de sua matriz energética renovável. Se ampliarmos ainda mais o uso de biocombustíveis, isso deveria ser reconhecido”, afirmou Nastari.

A terceira proposta envolve criar métricas próprias para contabilizar o carbono incorporado ao solo, considerando que áreas degradadas no País foram transformadas em terras produtivas. “Precisamos de métricas adaptadas a cada região, não apenas copiar modelos do Hemisfério Norte”, disse.

Por fim, Nastari destacou a necessidade de valorizar as conquistas do Brasil. “Somos líderes em biocombustíveis. Temos a matriz elétrica mais renovável do mundo. Precisamos deixar de ser bonzinhos e mostrar nossas conquistas”, concluiu, apontando que a COP30 representa “uma oportunidade para o Brasil”, com soluções reais adotadas também por países como Índia, Indonésia e Filipinas.