Santander vê momento de “ressaca” nos investimentos do agro 

Quase na contramão de um otimismo presente na 30ª Agrishow, o Santander Agronegócios avalia que o campo está passando por um momento de “ressaca” nos investimentos. 

Na avaliação de Carlos Aguiar, diretor de agronegócio do Banco, o setor ainda deve demorar cerca de duas safras para voltar a agir a todo vapor. “Durante a pandemia tudo subiu de preço. O que estamos vendo agora é uma ressaca. Apesar do preço para se plantar um hectare ter voltado de R$ 6 mil para R$ 5 mil, acabou vencendo as parcelas de financiamento e os juros que durante a pandemia foi tomado em 5%, hoje está 15%”, detalhou Aguiar

Segundo ele, apesar do clima estar contribuindo com boas chuvas, a exemplo das precipitações que caíram na manhã desta segunda-feira, 28, em Ribeirão Preto, alguns produtores ainda devem enfrentar um momento de dificuldade. “Alguns produtores ainda vão ter que vender algumas coisas para pagar as contas”, disse. 

Apesar da avaliação, as perspectivas para a safra atual ainda são positivas. “Tirando o Oeste do Rio Grande do Sul e o Sul de Mato Grosso do SUL, na safra quase todos os lugares tiveram volume recorde”, afirmou. 

Carteira Agro

Atualmente, o “produto agro” do Santander soma 50 bilhões. Já o que o banco chama de “agro puro” contabiliza R$ 10 bilhões, sendo: R$ 5 bilhões em crédito rural e a outra metade de dinheiro direcionado do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). 

Para a próxima safra, Aguiar projeta um possível crescimento de 5% na carteira agro do Santander. Entretanto, ele aposta grande parte de suas fichas em uma estabilidade. “Não é hora de expandir, é hora de ajudar quem está na nossa carteira”, salientou. 

* Jornalista viajou a convite da CDI Comunicação

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