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Agricultura

Soja: plantio da safra está “longe de ser uniforme” e desafia calendário, diz Markestrat

Especialista da consultoria percorreu mais de 2 mil quilômetros de Mato Grosso e relata descompasso em áreas agrícolas na mesma rodovia

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Redação Agro Estadão

24/11/2025 - 18:41

Foto: Adobe Stock
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A semeadura da safra 2025/26 segue avançando nos principais polos agrícolas do Brasil. Mas, o ritmo do plantio e as condições das lavouras refletem um clima adverso. 

A Markestrat Group aponta que, a irregularidade das chuvas mantém elevado o risco para o estabelecimento das lavouras e já compromete o desenvolvimento inicial em algumas regiões. No Sul, a consultoria indica que o ritmo mais lento tende a se normalizar com a volta das precipitações, mas ainda sob incertezas.

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Após percorrer mais de 2,5 mil quilômetros pelo Mato Grosso, José Carlos de Lima Jr., sócio da consultoria descreve um cenário “longe de ser uniforme”. Segundo ele, é comum observar, ao longo de uma mesma rodovia, áreas ainda emergindo ao lado de lavouras com mais de 45 dias. Esse descompasso, na visão dele, pode resultar em uma colheita mais espaçada, com reflexos sobre o fluxo logístico e o calendário da segunda safra de milho.

A distribuição das chuvas no estado também tem sido desigual. Regiões de Sorriso, Primavera do Leste, Rondonópolis e Sinop registram volumes muito abaixo do esperado, com sinais de estresse hídrico já perceptíveis nas plantas. Em áreas como Campo Novo do Parecis, Nova Mutum, Diamantino, Querência e Alto Araguaia, as precipitações têm sido mais frequentes, embora ainda insuficientes para garantir conforto hídrico. 

Em Canarana, até o fim da semana, a chuva era apenas expectativa. “O efeito desse atraso no estado é a maior probabilidade de que as chuvas avancem para janeiro, o que prejudicaria a colheita”, escreveu. 

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Já no mercado, a consultoria vê uma demanda firme, sustentando os preços. Contudo, a volatilidade externa e a pressão climática continuam impondo limites a altas mais fortes. 

Milho

Para o milho, a Markestrat observa um leve movimento de recuperação. Segundo a consultoria, o avanço do plantio e a recente estabilidade climática reduzem parte dos riscos, mas ainda não são suficientes para estimular negociações mais robustas por parte dos produtores.

Nesse cenário, a demanda interna, especialmente das indústrias de proteína animal, segue como o principal vetor de incerteza. “Sem sinais claros de aumento no consumo, produtores optam por preservar o caixa e evitar vendas antecipadas, avaliando a volatilidade de curto prazo”, traz o relatório. Apesar de o mercado dar sinais de menor pressão, os especialistas apontam para a ausência de gatilhos que sustentem uma alta consistente. 

Trigo

Considerando as principais culturas, o trigo vive um dos cenários mais adversos. O excesso de calor, aliado à irregularidade das chuvas, tem ampliado perdas tanto de produtividade quanto de qualidade, com destaque para Santa Catarina — hoje o estado mais afetado, conforme apuração da Markestrat.

Levantamento da consultoria mostra que a colheita catarinense acumula atraso de 14 pontos percentuais em relação à média dos últimos cinco anos e 25 pontos percentuais frente ao ciclo anterior. Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, o ritmo se aproxima da média histórica, “mas exige atenção devido à combinação de clima instável e oferta crescente na reta final do ciclo”.

Embora os contratos futuros sinalizem leve recuperação, o mercado físico permanece pressionado pela entrada da safra e pela quebra localizada em áreas importantes. “Compradores mantêm postura cautelosa, enquanto os produtores enfrentam margens estreitas diante de preços próximos aos mínimos do ano”, dizem os especialistas.

Diante do quadro atual, a Markestrat vê uma tendência, no curto prazo, de um mercado volátil, influenciado tanto pela evolução do clima quanto pela capacidade da indústria de absorver a oferta que deve se intensificar com o avanço da colheita no Sul.

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