PUBLICIDADE

Agricultura

Existe uma resina de árvore que pode comer?

Da proteção das árvores ao uso medicinal, entenda o que são as resinas e por que o seu consumo exige cautela

Nome Colunistas

Redação Agro Estadão*

08/10/2025 - 05:00

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

Imagine descobrir, em meio a uma caminhada pela mata, que a natureza oferece uma resina de árvore comestível. Essa curiosidade nos transporta para o fascinante universo das resinas vegetais, substâncias com potencial ainda pouco explorado.

Entre as mais conhecidas no Brasil, destaca-se a resina de angico, amplamente utilizada na sabedoria popular para o tratamento de diversas condições. Seu uso é passado entre gerações como um recurso natural com propriedades terapêuticas.

CONTEÚDO PATROCINADO

No entanto, é fundamental esclarecer que, apesar de sua popularidade, não existem estudos clínicos conclusivos que validem a segurança e a eficácia do consumo oral da resina de angico. A ciência ainda investiga seus compostos, por isso a máxima cautela antes de qualquer ingestão.

O que é a resina de árvore e qual sua função natural?

A resina é uma secreção viscosa e geralmente aromática produzida por certas árvores, principalmente coníferas como pinheiros e algumas folhosas, incluindo o angico. Essa substância desempenha um papel vital na proteção das plantas. 

Funciona como um escudo natural, selando feridas no tronco causadas por danos mecânicos, insetos ou animais. Esse mecanismo de defesa impede a entrada de fungos, bactérias e insetos predadores, garantindo a saúde e sobrevivência da árvore.

PUBLICIDADE

A composição da resina é complexa, incluindo terpenos e ácidos resínicos. Esses componentes conferem à resina suas propriedades protetoras, tornando-a uma barreira eficaz contra ameaças externas. 

A viscosidade e a capacidade de endurecer ao entrar em contato com o ar são características que permitem à resina cumprir sua função de “curativo natural” para as árvores.

A resina de árvore na história e cultura

resina de árvore comestível
Foto: Adobe Stock

Ao longo da história, diferentes culturas descobriram e aproveitaram as propriedades das resinas de árvores. Seu uso remonta a milênios, tanto em rituais religiosos quanto na medicina tradicional. 

As propriedades cicatrizantes, anti-inflamatórias, antissépticas e antimicrobianas das resinas justificaram seu emprego em diversas práticas curativas.

Em algumas culturas, certas resinas eram mastigadas ou incorporadas a remédios caseiros, despertando a curiosidade sobre sua comestibilidade. 

PUBLICIDADE

Essa tradição de uso medicinal e, em alguns casos, alimentar, atravessou gerações, chegando até os dias atuais em diversas partes do mundo.

Usos de resinas de árvores pelo mundo

Ao redor do globo, resinas naturais são utilizadas de forma segura e tradicional para vários fins, entre eles culinários e industriais:

  • Miski ou mástique, por exemplo, é uma resina comestível originária da ilha grega de Quios, utilizada como tempero e na produção de licores;
  • Goma arábica, extraída de espécies de acácia, é amplamente empregada como estabilizante na indústria alimentícia;
  • Goma-laca, derivada de insetos que se alimentam da seiva de certas árvores, encontra aplicações no revestimento de alimentos e na fabricação de cosméticos;
  • Breu e a terebintina, obtidos de pinheiros, são utilizados na indústria de tintas e vernizes; 
  • Óleo-resina de copaíba, extraído de árvores do gênero Copaifera, é conhecido por suas propriedades medicinais e cosméticas.

Resina de angico: um exemplo de uso popular

A resina de angico, proveniente de árvores dos gêneros Anadenanthera ou Parapiptadenia, como o Angico-vermelho e o Angico-preto, destaca-se no contexto da medicina popular brasileira. 

Tradicionalmente, é utilizada para aliviar dores de dente, tratar asma, febre, inflamações e como expectorante. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) reconhece o angico como uma planta de interesse científico e medicinal.

Estudos não clínicos realizados pela Universidade Federal da Paraíba com infusos e extratos secos de angico em animais (camundongos e coelhos) sugerem baixa toxicidade aguda e uso tópico tradicionalmente seguro. 

PUBLICIDADE

Os resultados apontaram ausência de toxicidade sistêmica e de alterações comportamentais ou em órgãos. Entretanto, é crucial enfatizar que não existem estudos clínicos avaliando a segurança e eficácia do consumo oral da resina em humanos.

Cuidados com a resina de árvore comestível

 resina de árvore comestível
Foto: Adobe Stock

É essencial esclarecer que, embora algumas resinas sejam consumidas tradicionalmente, a grande maioria não é adequada para consumo humano. 

A comestibilidade depende diretamente da espécie da árvore, e muitas resinas podem ser tóxicas ou, no mínimo, indigestas. Mesmo as que são popularmente conhecidas como comestíveis, como o angico, não tem estudos que garantam a segurança.

Além disso, a coleta sustentável é um aspecto importante a ser considerado. A extração da resina deve ser realizada para não prejudicar a saúde da árvore. Técnicas adequadas de coleta garantem a preservação da planta e a continuidade da produção de resina.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

Siga o Agro Estadão no WhatsApp, Instagram, Facebook, X, Telegram ou assine nossa Newsletter

PUBLICIDADE
Agro Estadão Newsletter
Agro Estadão Newsletter

Newsletter

Acorde bem informado
com as notícias do campo

Agro Clima
Agro Estadão Clima Agro Estadão Clima

Mapeamento completo das
condições do clima
para a sua região

Agro Estadão Clima
VER INDICADORES DO CLIMA

PUBLICIDADE

Notícias Relacionadas

SLC firma parceria de R$ 1 bilhão para expandir irrigação e dobrar produção anual

Agricultura

SLC firma parceria de R$ 1 bilhão para expandir irrigação e dobrar produção anual

Companhia prevê aumento da produtividade com conversão de áreas de sequeiro e expansão de sistemas de irrigação na Bahia

Nova identidade dos Cafés do Brasil une tradição e inovação

Agricultura

Nova identidade dos Cafés do Brasil une tradição e inovação

Reposicionamento da marca foi apresentado durante o primeiro dia da Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG)

Conheça novo mapa agrícola do Brasil e saiba onde avança a produção de cana, laranja e grãos

Agricultura

Conheça novo mapa agrícola do Brasil e saiba onde avança a produção de cana, laranja e grãos

Levantamento da Embrapa mostra o crescimento da cana no Centro-Oeste, migração dos pomares de laranja e novas fronteiras para soja e milho

Minas Gerais lidera ranking dos melhores cafés do Brasil em 2025

Agricultura

Minas Gerais lidera ranking dos melhores cafés do Brasil em 2025

Produtores mineiros conquistaram as três categorias do Cup of Excellence, o mais prestigiado concurso de qualidade do setor

PUBLICIDADE

Agricultura

Safra de cana 2025/26 deve cair 1,6% no Brasil

Conab revisa produção para 666,4 milhões de toneladas devido ao clima; etanol de cana deve recuar quase 10% 

Agricultura

Brasil semeou 47% da área prevista para soja 2025/26

Boletim da Conab mostra progressos diferentes entre as principais culturas da safra 2025/26

Agricultura

Genética e biotecnologia impulsionam produção de algodão no Brasil

Em uma década, País triplicou sua colheita de pluma, passando de 1,29 milhão para 3,9 milhões de toneladas

Agricultura

Conheça o uso estratégico de defensivos agrícolas

Planejamento e boas práticas reduzem riscos e mantêm a produtividade no campo

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.