Agricultura
Nova identidade dos Cafés do Brasil une tradição e inovação
Reposicionamento da marca foi apresentado durante o primeiro dia da Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG)
Mônica Rossi* | Belo Horizonte | monica.rossi@estadao.com
05/11/2025 - 19:40

A Semana Internacional do Café (SIC), maior feira do setor no país, foi escolhida para a revelação da nova marca institucional “Cafés do Brasil”. O lançamento do reposicionamento setorial busca fortalecer a presença global dos produtos da cafeicultura brasileira.
O trabalho foi desenvolvido ao longo do ano em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS), a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), a Comissão Nacional do Café da CNA, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Conselho Nacional do Café (CNC) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Fabrício Andrade, presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), relatou que os estudos realizados mostraram a necessidade de fortalecer a comunicação sobre a capacidade da cafeicultura nacional em gerar impactos ambientais e sociais. “O que nós resolvemos foi atualizar a marca para que ela se aproxime das necessidades da sociedade, dos consumidores e das empresas que compram os cafés brasileiros, com o objetivo de melhorar a informação sobre o produto e valorizar os cafés nacionais como merecem, expressando todos os atributos que trazemos de qualidade e sustentabilidade.”

O diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS), Aguinaldo Lima, explica que o objetivo é construir uma história positiva e orgulhosa sobre a produção de café no Brasil, destacando o papel dos produtores e as diversas iniciativas sociais e sustentáveis do setor. “Construir uma história que a gente possa contar lá fora e contar aqui dentro, sobre tudo aquilo que a gente já faz. A gente já faz a proteção ambiental. Aliás, o Brasil é o único país no mundo em que os produtores são guardiões do meio ambiente mundial, porque nós somos obrigados a deixar, no mínimo, 20% de reserva. Qual é o país em que o produtor paga, com seu patrimônio, o benefício de toda uma população?”, enfatizou.
Segundo Renor Sell Junior, diretor de Estratégia da Design Bridge and Partners, consultoria responsável pela condução do rebranding, o processo de construção da marca envolveu a participação e contribuição de diversos atores da cadeia cafeeira, incluindo os produtores. O esforço foi direcionado para evidenciar a diferenciação do produto brasileiro em relação a outros países produtores, alinhado à vocação nacional para a qualidade e a sustentabilidade. O conceito central é o “ESG+T”, que adiciona a tecnologia como pilar à tradicional sigla ESG (ambiental, social e governança).
Além do novo conceito, a logomarca “Cafés do Brasil” foi atualizada para facilitar sua aplicação em mídias digitais, mantendo o reconhecimento já consolidado. “Uma marca que representa a pluralidade, a diversidade dos nossos cafés; uma marca que se conecta com a cultura do hoje, trazendo grafismos muito mais fluidos e contemporâneos, e transmitindo essa sensação de movimento, sem perder os grandes equities [valores consolidados] que nós temos até aqui. É a gente trazendo a transformação, pensando em toda a tradição que a nossa cadeia possui”, reforçou o diretor da Design Bridge and Partners.
Abertura oficial da Semana Internacional do Café

A 13ª edição da Semana Internacional do Café (SIC) 2025 foi oficialmente aberta em Belo Horizonte, no Expominas, na manhã desta quarta-feira (5). Com o tema “Café em Transformação – Inovação, Sustentabilidade e Oferta no Mercado Global”, o evento cresceu 50% em espaço, com a expectativa de movimentar R$ 150 milhões em negócios e atrair cerca de 25 mil visitantes de 40 países.
Muitos discursos na abertura contextualizaram a cafeicultura diante da proximidade das discussões da COP 30. O presidente do Sistema Ocemg (Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais), Ronaldo Scucato, destacou a necessidade de o Brasil se posicionar de forma mais assertiva na conferência, enfatizando que o país é rico em recursos naturais e em sustentabilidade. “Era preciso que estivéssemos falando mais e avisar ao mundo que o Brasil é o guardião da maior biodiversidade do planeta e que nós não estamos com o pires na mão, solicitando caridade do mundo. Queremos reciprocidade: somos ricos, temos bioeconomia, biosustentabilidade, e a nossa sustentabilidade no cooperativismo vem agregada à solidariedade. A solidariedade é a maior expressão de respeito à dignidade humana.”
Já Caio Alonso Fontes, CEO da Espresso&CO, destacou que a edição deste ano é a maior de todas, com 50% de crescimento em relação ao ano anterior, contando com mais de 240 expositores e 25 mil metros quadrados de área de negócios. Segundo Fontes, a feira demonstra um esforço em acompanhar as transformações do setor, abordando temas como ESG e novas tendências globais, alinhando-se com as demandas do mercado. “A SIC é uma plataforma de promoção dos nossos cafés brasileiros. Uma plataforma de inovação, de cultura e de negócios globais. E a SIC não fala só da produção, fala da indústria, dos serviços e do comércio. Toda a cadeia do café está presente e representada aqui.”
A programação segue até o dia 7 e inclui simpósios, rodadas de negócios, campeonatos, lançamentos e workshops.
*Jornalista viajou a convite da SIC
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