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Sem aumento real no Plano Safra, Faesp pede política de médio e longo prazos

Reivindicação foi feita ao secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Campos, durante reunião nessa segunda-feira, 7

O presidente da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, pediu ao secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Guilherme Campos, que haja uma política de médio e longo prazos para o segmento agropecuário, com recursos definidos para investimento e seguro. As reivindicações foram feitas em reunião nessa segunda-feira, 7, na sede da Faesp, que contou com a participação de coordenadores das 18 comissões técnicas da federação.

O argumento de Meirelles é que, apesar de os recursos disponibilizados pelo governo federal para o Plano de Safra Empresarial 2025/2026, de R$ 516,2 bilhões, terem aumentado 1,5% na comparação com a temporada anterior, não houve ganho real, mas defasagem, já que a inflação acumulada nos últimos 12 meses superou os 5%. 

“A situação econômica é muito séria, pelo fato de o arcabouço fiscal e outros atos do governo não terem resolvido a questão. Diante disso, os R$ 516 bilhões do novo plano não demonstram nenhum ganho real”, afirma o presidente da Faesp. 

Meirelles também solicitou que o Mapa ajude a diminuir a burocracia dos bancos para a obtenção de financiamentos. Além das altas taxas de juros, ele apontou que os parâmetros definidos pelas instituições para a liberação de recursos dificultam o acesso, principalmente dos pequenos e médios produtores. 

Securitização, Proagro e Pronamp

Os participantes da reunião destacaram ser necessário possibilitar aos produtores a renegociação das dívidas sem que, para isso, precisem contrair novos empréstimos. Também alertaram que as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) deixarão de ser atrativas com as novas regras do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que pode levar à retirada, do mercado financeiro, de um grande volume de recursos destinados aos investimentos no setor agropecuário. 

Foi solicitado, ainda, um incremento nos programas Proagro e Pronamp e que o governo se atente aos produtores que estão fazendo financiamento com altas taxas. O pedido é para que os juros vigentes no Plano Safra sejam reduzidos, caso ocorra queda nas taxas em um período de até 18 meses.

Seguro rural

Campos acolheu as demandas e garantiu que, em outubro, o governo federal vai lançar um novo programa de seguro rural, com recursos variando entre R$ 1 bilhão e R$ 1,2 bilhão. O valor, segundo o secretário, ainda será inferior ao que setor precisa, mas ele aposta em um projeto de lei da senadora Tereza Cristina (PP MS), em tramitação no Congresso, para compor a necessidade.  

Sobre os empecilhos burocráticos impostos pelos bancos, Campos disse que está disposto a ajudar a destravar os financiamentos, mas, para isso, é importante que o setor produtivo repasse ao Mapa os nomes das instituições financeiras e as dificuldades enfrentadas.