Mais de 60 vinícolas foram mapeadas para atrair visitantes e fomentar o desenvolvimento da cadeia produtiva da uva e do vinho em SP
Picnic gourmet no domingo à tarde em meio às vinhas, jantar harmonizado ou uma (nem tão) simples degustação de diferentes rótulos de vinhos. Essas são experiências típicas do enoturismo que os paulistas não precisam ir muito longe para viver – nem ao sul do Brasil, nem a países tradicionais destinos para esse tipo de viagem. Em São Paulo, existem rotas de vinhos com mais de 60 vinícolas com infraestrutura e qualidade para receber os turistas.
Uma delas é a Vinícola Villa Santa Maria, que fica no Vale do Baú, em São Bento do Sapucaí e conta com o clima da Serra da Mantiqueira. O cultivo dos vinhedos começou em 2005, com três mil mudas de quatro variedades: Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Syrah e Merlot.
Em 2009, foi lançado o primeiro vinho e, em seguida, as variedades de uva branca Chardonnay, Sauvignon Blanc e Viognier foram incorporadas. Em 2024, a expectativa é produzir cerca de 80 mil garrafas de vinhos, que são comercializadas pelo site ou na própria vinícola. Por ano, o local recebe entre 50 mil e 60 mil visitantes, mas agora a expectativa é aumentar esse número com o projeto Rotas dos Vinhos, do governo de São Paulo.
“Precisa desenvolver essa vontade de visitar vinícolas no estado. Por que não pegar o carro e fazer um bate-volta? Em duas horas de viagem você chega em uma vinícola belíssima”, comenta a proprietária da Villa Santa Maria, Célia Carbonari. A empresária também é presidente da Câmara Setorial do Vinho do estado de São Paulo e representa as 66 vinícolas participantes do projeto.
“Já provamos que vinho de qualidade a gente tem, paisagem a gente tem. Tem também os outros complementos, rede hoteleira, boa gastronomia, serviços. A ideia é que a rota ajude a divulgar os enodestinos, as vinícolas e toda essa composição gastronômica”, conta ao Agro Estadão.
O programa Rotas do Vinho de São Paulo reúne iniciativas de incentivo ao turismo e ao agronegócio, com o objetivo de fortalecer o potencial de toda a cadeia produtiva do vinho no estado. Só em número de videiras, houve um aumento de 800% em 2023 em relação a 2022, de acordo com o governo paulista.
Cinquenta e cinco vinícolas estão nas cinco rotas traçadas e podem ser pesquisadas no site do programa e no mapa mais abaixo. São elas:
Outras onze vinícolas foram organizadas como “enodestinos” e estão localizadas em dez municípios: Campinas, Piracicaba, Águas da Prata, Amparo, Leme, Penápolis, Bofete, São Paulo, São Miguel Arcanjo e Ribeirão Branco.
Segundo o governo do estado, 11% dos empregos do Brasil na área de fabricação de vinhos estão em São Paulo. A vinícola Villa Santa Maria, por exemplo, começou como uma empresa familiar e hoje emprega 80 pessoas. Considerada uma vinícola boutique, tem dois grupos de trabalhadores – na produção de vinhos e na parte turística.
Por isso, a expectativa é que o programa Rotas do Vinho aumente essa geração de trabalho nos municípios onde estão as vinícolas. Porém, outros municípios que ficam localizados em um raio de até 50 km das áreas produtoras também podem se beneficiar e acessar linhas de crédito da DesenvolveSP, agência de fomento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) de SP.
Confira todas as vinícolas das rotas:
Rota da Alta Mogiana (Ribeirão Preto e região):
Rota dos Bandeirantes (São Roque e região):
Rota do Circuito das Frutas (Jundiaí e região):
Rota Serra dos Encontros (Espírito Santo do Pinhal e região):
Rota do Alto da Mantiqueira (São Bento do Sapucaí e região):
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