Iniciativa quer dobrar a produtividade de batata-doce de forma sustentável, sem expandir a área irrigada
A Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca de Sergipe (Seagri) implementará campos demonstrativos de agricultura regenerativa em lotes de perímetros públicos que utilizam a irrigação na batata-doce. O objetivo é dobrar a produtividade média da cultura no estado a partir do uso desse método que equilibra a nutrição do solo para proteger a saúde da planta.
A iniciativa faz parte de uma cooperação técnica entre a Seagri e a Gterra Consultoria Agropecuária e Ambiental, com coparticipação da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro).
A agricultura regenerativa faz uso predominante de insumos biológicos e reduz a aplicação de defensivos químicos, diminuindo os riscos à saúde dos agricultores e também das pessoas que consomem os alimentos. Além disso, essa abordagem contribui para a preservação ambiental, evitando a contaminação do solo e da água.
Em nota, o diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, disse que a parceria chega em momento oportuno para os perímetros irrigados. “Nos lotes e propriedades em que nós entregamos água para irrigação e assistência técnica, a batata-doce é o alimento mais produzido. Ela está presente nos cinco perímetros de vocação agrícola e, em todo o ano de 2024, foram colhidas quase 19 mil toneladas da raiz”, ressalta. Sobral também frisa que o objetivo do projeto é demonstrar que é possível aumentar a produção de batata-doce sem a necessidade de expandir a área irrigada, o que exigiria maior disponibilidade hídrica.
Sergipe é o segundo maior produtor de batata-doce do Nordeste. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram colhidas 67.049 toneladas na safra de 2023, só perdendo para o Ceará, com 163.530 toneladas. A produtividade, de 18 toneladas por hectare, é superior à média nacional (15 toneladas/hectare), mas inferior à do (20,2).
O engenheiro-agrônomo Gilberto Bruno, gestor da Gterra, considera que a produtividade média por hectare em Sergipe ainda é baixa, apesar do estado ser um dos principais produtores de batata-doce do país. “O que se espera é que possamos demonstrar ao produtor, em dias de campo, em eventos demonstrativos, que é possível produzir utilizando uma menor quantidade de produtos químicos, defensivos químicos, aumentando a produtividade e trazendo qualidade ao produto”, destacou em nota.