Medida vale para a cana, outras queimas agrícolas e para controle de pragas; estiagem e calor recorde aumentam risco de incêndios no Estado
O governo de São Paulo prorrogou até 31 de outubro a suspensão de todas as autorizações de queima controlada no Estado. A medida vale para a palha da cana-de-açúcar, outras queimas agrícolas e fitossanitárias (para controle de pragas). Foi adotada devido ao período de estiagem e do risco de incêndios florestais. A proibição estava em vigor desde 28 de agosto, com prazo inicial de 30 dias.
“As suspensões temporárias ajudam a conter focos de fogo em áreas agrícolas e de vegetação nativa, especialmente em momentos em que o tempo seco e o vento aumentam a propagação das chamas. É uma ação simples, mas que tem grande impacto na proteção ambiental e na saúde da população”, afirmou o diretor de Controle e Licenciamento Ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Adriano Queiroz.
Durante o período de suspensão, novos pedidos de autorização não serão aceitos. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), o prazo poderá ser novamente estendido caso a estiagem continue ou as condições meteorológicas permaneçam desfavoráveis.
Na última segunda-feira, 6, o calor bateu recordes no Estado. Cidades como Santos e Araçatuba ultrapassaram os 40°C. Segundo dados do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Defesa Civil paulista, a capital atingiu 35,1°C, a maior temperatura do ano, superando o recorde de 34,7°C em março.
No interior, Presidente Prudente chegou a 39,4°C, Bauru a 37,9°C, Marília e Barretos a 37,7°C. Todas marcas superiores às anteriores. No Vale do Paraíba, São José dos Campos registrou 35°C, ligeiramente acima do recorde de fevereiro, enquanto Ribeirão Preto e Sorocaba também atingiram suas maiores temperaturas de 2025.
No ano passado, o Estado enfrentou um inverno com tempo seco, altas temperaturas e aumento no número de incêndios. O histórico de 2024 levou os órgãos ambientais a reforçar as ações preventivas neste ano, com foco em reduzir ocorrências e preservar a qualidade do ar.
Antes da suspensão, a queima da palha da cana já estava sujeita a restrições. A prática só podia ser autorizada em dias com umidade relativa do ar acima de 30% e fora do período entre 6h e 20h, quando há maior risco de propagação das chamas.
Com a nova decisão, nem essas exceções serão mais permitidas. Apesar de ainda possível em situações muito específicas, o uso do fogo na colheita da cana vem diminuindo rapidamente. De acordo com a Cetesb, desde 2007 a prática foi reduzida em 99% no Estado.
*Com informações da Agência SP