Pecuária

Carne bovina supera barreira do tarifaço e bate recorde de embarques

Com China e União Europeia puxando as compras, exportações brasileiras de carne bovina avançaram 17% em setembro

Recorde. Essa palavra tem definido o desempenho das exportações de carne bovina do Brasil em 2025. No último mês, os embarques da proteína (in natura e industrializada) alcançaram 373,8 mil toneladas, segundo dados compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). O volume histórico rendeu também uma receita inédita: US$ 1,920 bilhão. Os resultados representam um aumento de 49% em faturamento e 17% em volume frente ao mesmo mês do ano passado. 

A Abrafrigo destaca, em comunicado, que esse forte desempenho ocorreu no segundo mês de vigência das taxas adicionais de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos (EUA) aos produtos brasileiros. “Mostrando que o setor vem conseguindo superar com sucesso as adversidades e aproveitar novas oportunidades comerciais, compensando a queda nas vendas para o país norte-americano”, pontua. 

Com a sobretaxa, as vendas totais de carne e subprodutos bovinos para os EUA somaram US$ 102,9 milhões em setembro — queda de 41% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Com isso, no aspecto de receita, os norte-americanos ficaram na segunda posição entre os maiores importadores, apesar do tarifaço. 

Acumulado do ano

Olhando o desempenho do setor no acumulado do ano, há também novos recordes: alta de 35,84% em faturamento, atingindo US$ 12,7 bilhões; e avanço de 18,7% no volume movimentado, chegando a 2,3 milhões de toneladas vendidas ao exterior. 

A China, que respondeu por 47,2% das exportações do setor, até setembro, continua sendo o motor deste crescimento, mantendo a primeira posição entre os maiores importadores. No acumulado do ano, as aquisições do país asiático somaram US$ 6 bilhões (+46,2%), com volumes de 1,1 milhão de toneladas embarcadas (+21,8%). “Quando se consideram apenas exportações de carne bovina in natura, o gigante asiático representou 53%, até setembro”, aponta a Abrafrigo. 

Conforme a entidade, o mercado que vem se destacando em 2025 é a União Europeia, cujos países membros compartilham os mesmos regulamentos de importação. Esse movimento tem sido impulsionado, principalmente, por compras de países como Itália, Países Baixos e Espanha. 

Somente em setembro, o bloco europeu foi o segundo maior destino das exportações de carnes e derivados. No período a receita chegou a US$ 131,7 milhões (+106% em relação a setembro de 2024), e embarques de 15.322 toneladas (+83%). Além disso, os países da União Europeia também remuneram melhor o produto brasileiro, com preço médio que alcançou US$ 8,7 mil por tonelada de carne bovina in natura no mês passado.

No acumulado do ano, até setembro, as vendas para o bloco europeu somaram US$ 676 milhões (+63,5%), com embarques de 83.679 toneladas (+44,4%). Assim, os países da Europa foram o terceiro maior comprador da carne bovina brasileira.