Conheça 3 aplicativos de venda do campo

Novilhas, bois, cavalos, silagem, grãos e até aviões. Esses são alguns dos produtos oferecidos por aplicativos de venda do campo. Sites e plataformas de comércio em geralserviram de inspiração para alguns empreendedores apostarem na venda de produtos agropecuários. 

O último levantamento do Radar Agtech, desenvolvido pela Embrapa, a SP Ventures e a Homo Ludens, mapeou 1.953 startups do agro em 2023. Dessas empresas, 139 oferecem alguma estrutura de marketplace – uma plataforma para vendedores e compradores fazerem negócio de produtos, em geral no formato online e por aplicativos.

A união entre o setor agropecuário e o comércio eletrônico promete movimentar cifras altas. De acordo com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o agronegócio brasileiro é responsável por 24,4% do PIB brasileiro, cerca de R$ 2,6 trilhões. Os números das vendas online no país giram em torno dos R$ 185,7 bilhões, conforme aponta a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). A expectativa da associação é de que em 2024, haja um crescimento de 10%.

O Agro Estadão conheceu três empresas que atuam nesse ramo de aplicativos de vendas no campo. Confira quais são e como elas funcionam.

CompreGados: aplicativo já movimentou R$ 1 bilhão

O e-commerce foi lançado em 2019 e hoje já conta com 16 mil usuários cadastrados, que movimentaram mais de R$ 1 bilhão. Apesar do nome, o CEO da empresa, Ciro Thiago Neto, conta que começou com anúncios de gado, mas hoje já abarca outras variedades além de animais. 

“O aplicativo-empresa está em constante evolução. Quando nós lançamos era apenas bovinos de corte. Hoje nós anunciamos animais, propriedades rurais, maquinários, aeronaves, veículos, grãos e silagem”, explica Ciro.

O aplicativo de venda no campo tem anúncios de todo Brasil. Para vender ou comprar é necessário baixar e depois fazer um cadastro pela plataforma. A divulgação dos produtos ou animais pode ser por vídeos e fotos. 

Ao se interessar por um anúncio, o comprador é direcionado ao Whatsapp do vendedor. As formas de pagamento e o frete também são definidas entre as partes.

Quanto aos valores, o primeiro anúncio não é cobrado, mas a partir do segundo, o vendedor precisa aderir a um dos três planos. Os valores começam em R$ 89,90 e vão até R$ 999,90. 

O CompreGados pode ser baixado pela loja de aplicativo do Google, nos celulares Android, ou da Apple, nos aparelhos iOS. 

LeiloApp é pioneiro entre aplicativos de leilões

A agtech nasceu em 2021, inicialmente, com leilão digital de gado, mas hoje oferece outros serviços, como crédito rural e consultorias. Somente no Google Play, o aplicativo tem mais de 10 mil downloads. 

O líder geral da operação, Germano Sestini, explica que é feita uma tutoria antes do anúncio. “A gente faz uma curadoria antes de anunciar de fato a oferta que foi submetida pelo usuário. Não somos um classificado. Nós somos uma empresa que faz a intermediação. Ao entrar em contato para saber do lote, é com a LeiloApp que você negocia”.

O aplicativo tem abrangência nacional e também é necessário baixar e fazer um cadastro para anunciar ou fazer lances. O vendedor escolhe o tempo que pretende ficar disponível para receber ofertas e os lances são dados direto no aplicativo.

A intermediação e finalização da negociação são feitas pelo Whatsapp, mas não diretamente entre vendedor e comprador, e sim, com a leiloeira. 

O frete dos animais é de responsabilidade do comprador. Além disso, a empresa cobra do vendedor uma comissão de aproximadamente 1% do negócio, caso ele seja concretizado. 

O LeiloApp pode ser baixado pelo Google Play ou pela Apple Store.

Novato entre os aplicativos de venda, Negócio Animal concentra negócios no Sudeste e Centro-Oeste

Lançado em 2023, a primeira ideia da startup era vender equinos de forma simples. Depois de um estudo sobre o mercado, a plataforma passou a contar com a comercialização de bovinos. Apesar de ser o mais recente da lista, o aplicativo já conta com mais de 3 mil downloads e 600 usuários cadastrados.

Uma das funcionalidades que o CEO e cofundador da empresa, Gustavo Pereira, coloca é a de oferecer conteúdos para ajudar o usuário na venda dos animais. “Além da facilidade, da tecnologia, da segurança de emitir contrato e fazer a gestão dos recebíveis até o final, a gente trabalha muito forte também na parte da cultura”.  

Depois de baixar o aplicativo, caso o usuário queira fazer alguma interação com as ofertas, é preciso fazer um cadastro simples. Para anunciantes ou nas vias finais da compra, é necessário um novo cadastro com mais informações. 

Esse registro analisa o score do comprador e faz uma prova de vida, etapa que também é aplicada ao vendedor. Depois do acerto feito pelo aplicativo, é emitido um contrato que pode ser assinado digitalmente pelas partes. 

O valor e a forma de pagamento são definidos pelo vendedor. O pagamento também é intermediado pela plataforma. O dinheiro cai em uma conta criada no CPF ou CNPJ do vendedor e só é liberado quando os dois sinalizam a transferência do animal.  

A plataforma acrescenta um valor em cima do que foi estipulado pelo vendedor e o anúncio é feito já com valor total, semelhante ao que acontece com o Airbnb, explica Pereira. A responsabilidade do frete pode ser do comprador ou do vendedor, dependendo de como o vendedor anunciar.

O aplicativo também pode ser baixado em qualquer parte do país, mas está mais concentrado nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins. 

O Negócio Animal está disponível no Google Play e na Apple Store.

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