Suas pesquisas embasaram a decisão de retirar a obrigatoriedade de marcação a fogo em SP
A pecuária brasileira perdeu na manhã deste sábado, 5, o zootecnista Mateus José Paranhos da Costa, pesquisador referência em bem-estar animal.
Professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador do Grupo ETCO (Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal), com sede no campus da Unesp em Jaboticabal (SP), Paranhos inovou ao levar o tema bem-estar animal para o campo científico brasileiro, desenvolvendo pesquisas e treinamentos em propriedades rurais.
Em nota de pesar publicada nas redes sociais, a Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, lembrou que foram suas pesquisas sobre os prejuízos com a marcação a fogo que embasaram o “movimento que culminou na alteração da legislação nacional e a criação da possibilidade de adoção, no Estado de São Paulo, do uso de bottons para sinalizar a vacinação das fêmeas bovinas e bubalinas contra brucelose”.
A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), também em suas redes sociais, lamentou o falecimento do zootecnista e diz que o pesquisador “deixa um amplo legado, que tem contribuído para o avanço das melhores práticas desenvolvidas pela cadeia bovina”.
Segundo homenagem feita pelo grupo ETCO, o pesquisador era referência para o mundo. “Seu legado segue em todas as relações internacionais construídas por ele, como em cada fazenda em que, com a mesma intensidade, fez seus treinamentos levando a ciência do bem-estar animal”, disse o comunicado publicado.
Formado em zootecnia pela Unesp (1981), Mateus José Paranhos da Costa tinha especialização em comportamento animal pela USP (1986) e doutorado em Psicobiologia pela USP (1995). Fez ainda pós-doutorado em bem-estar animal na Universidade de Cambridge (1999) e tornou-se Professor Adjunto no Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, campus de Jaboticabal.