Agro é Social capacita produtores de baixa renda e oferece crédito de até R$ 5 mil para fortalecer a agricultura familiar e o comércio local
Os produtores rurais inscritos no CadÚnico que participarem do programa Agro é Social, em 2025, vão receber R$ 30 milhões em Crédito Social do governo de Goiás. O programa tem o objetivo de capacitar os agricultores familiares de baixa renda no estado e oferecer condições financeiras para poderem investir no empreendimento, por meio de um cartão de até R$ 5 mil reais cada.
“Nesse cartão está creditado um valor em que ele pode realizar a aquisição dos insumos pertinentes somente aos cursos que foram realizados. Assim ele pode iniciar uma ou melhorar uma atividade produtiva já existente, tendo como resultado final a melhoria da renda dessa família rural”, disse ao Agro Estadão o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás, Pedro Leonardo Rezende.
Os cursos são ministrados pela Emater e pelo Senar em áreas como avicultura, apicultura, bovinocultura sustentável, produção de salgados, panificação, quitandas, doces artesanais, processamento de vegetais, entre outras, a depender da vocação da região.
Uma das regras é que o beneficiário só pode usar os créditos em comércios do município onde fica a sede da propriedade rural. “Além de proporcionar a inclusão produtiva da agricultura familiar, há também uma vantagem para o próprio comércio local onde o produtor vai adquirir esses insumos”, destaca o secretário de agricultura. Os recursos utilizados vêm do Fundo de Proteção Social do Estado de Goiás (Protege Goiás).
A primeira edição do Agro é Social aconteceu em 2019, quando foram investidos R$ 2 milhões em Crédito Social para os primeiros alunos do curso de capacitação. Já em 2024, aconteceram sete edições, totalizando R$ 23 milhões em benefícios e 5,8 mil produtores certificados em 121 municípios goianos. Segundo a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa), mais de 85% dos beneficiários de fato utilizaram os recursos do Crédito Social e já observaram melhoria na renda de suas atividades rurais.
O secretário Pedro Leonardo explica ainda que todos os produtores da agricultura familiar do estado podem participar do Agro é Social, mas somente aqueles que são inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) estão aptos para receber os cartões do Crédito Social.
Segundo estimativas da Seapa, mais de 70% dos beneficiários do Crédito Social são mulheres. “Isso tem um resultado extremamente importante sobre a composição da renda dessa família rural. Enquanto o homem pode estar envolvido em uma determinada atividade produtiva, a mulher pode se ocupar de outra atividade, tendo como resultado principal a composição da renda dessa célula familiar”, avalia o secretário da Seapa.
A avicultora Neide Barbosa de Jesus, da cidade de Alvorada do Norte, no nordeste goiano, participou do Agro é Social em 2024. Ela recebeu o crédito de R$ 5 mil e investiu em pintinhos e um novo barracão para a atividade de avicultura. “Para mim foi um sucesso. Aprendi muitas coisas do negócio: como cuidar das árvores, das galinhas, de porco, de gado, de semente e do cerrado. E para mim foi uma renda extra muito boa”, contou ao Agro Estadão.
As primeiras regionais da Emater a receberem as edições do Agro é Social em 2025 são Paranaíba, Caiapó, Sul, Sudoeste e Estrada de Ferro. As capacitações foram iniciadas na segunda quinzena de janeiro. Interessados em participar devem procurar uma das unidades da Emater ou o serviço social das prefeituras do município onde está localizada a propriedade rural.