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Algodão: das lavouras à Fashion Week
Brazilian Cotton School abre inscrições para curso sobre as etapas de produção da fibra, desde a aquisição de insumos até as operações em mercado futuro e industrialização
Rafael Bruno | São Paulo | rafael.bruno@estadao.com
17/08/2024 - 09:00

Um dos principais setores da economia brasileira, o agronegócio é composto por cadeias produtivas diversas e, por vezes, complexas. Compreender o processo de produção, desde a obtenção das matérias-primas até a entrega do produto final demanda muita dedicação, além da vivência.
Basicamente, você até pode resumir o processo produtivo no setor em cinco etapas: insumos, produção, processamento, distribuição e consumidor final. No entanto, há diversas subetapas relevantes, direta ou indiretamente interligadas.
No caso do algodão, por exemplo, a cultura exige atendimento de segmentos que vão desde fornecedores de sementes e fertilizantes até a indústria da moda. Em 2023 o Sou de Algodão – um movimento brasileiro que que tem como objetivo despertar a responsabilidade coletiva em torno da moda brasileira e do consumo consciente – marcou presença, pelo segundo ano consecutivo, nas passarelas do São Paulo Fashion Week, maior semana de moda da América Latina.
Saber compreender cada etapa da cadeia produtiva é uma ferramenta extremamente importante para sucesso nos negócios, seja para o agente do mercado financeiro, para o produtor, ou para o comprador. Informação é vantagem!
Algodão: o conhecimento da cadeia produtiva que transforma

E de olho nessa demanda setorial, a Brazilian Cotton School, instituição de ensino fundada por um grupo de líderes e instituições representativas do setor, já abriu as inscrições para a segunda edição do curso sobre a cadeia produtiva do algodão, a ser realizado em 2025.
Durante as aulas, que ocorrerão entre os dias 17 de março a 4 de abril do ano que vem, os alunos terão acesso a conteúdos sobre planejamento agrícola e financeiro da produção; plantio e cuidados na lavoura, incluindo sementes, fertilizantes, crop protection, além de noções sobre colheita e benefício. A turma também contará com acesso a aspectos financeiros, jurídicos e fiscais do setor e conhecimento sobre tradings e inovação.
Conforme divulgação da escola especializada, o cronograma de ensino ainda contempla pautas como qualidade da fibra e suas aplicações; logística, armazenamento e controle; mercado futuro e opções; arbitragem local e mundial e a história do algodão.
O curso será dividido em duas etapas regionais: na primeira semana, as aulas ocorrerão em Brasília (DF) e, nas duas semanas seguintes, em São Paulo (SP). Serão 120 horas de aulas presenciais que incluem visitas a fazendas produtoras, ao Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) e ao Porto de Santos (SP), grandes oportunidades para que os alunos possam conhecer de perto diferentes elos da cadeia do algodão brasileiro.


Para a edição deste ano, que ocorreu entre os dias 4 e 22 de março, o curso recebeu mais de 300 interessados e 35 vagas foram preenchidas. “O primeiro curso da Brazilian Cotton School foi incrível e tivemos uma turma excelente. Esperamos que a segunda edição seja ainda melhor e forme novos embaixadores do algodão brasileiro”, declarou em nota Marcelo Escorel Filho, diretor da Brazilian Cotton School.
O público-alvo da escola é formado por representantes da produção agrícola, beneficiamento, indústria, comércio, consultorias de mercado e do governo federal.

Para o gerente de suprimentos e logística da TBM Têxtil, Leandro Lemos, ter participado da primeira edição foi uma grande oportunidade de aprender mais sobre a cultura do algodão e como funciona o mercado. “O algodão é a mais importante matéria prima da nossa indústria, e mais conhecimento do seu mundo vai poder me ajudar a tomar decisões mais assertivas que afetem positivamente nosso negócio”, comenta Lemos.
Sustentabilidade foi um dos destaques para Thiago Trintinalio, trader na Cooperativa Holambra Agroindustrial: “Pude aprofundar meus conhecimentos em áreas como sustentabilidade e ESG e conhecer o que as empresas envolvidas neste curso – Abrapa, Anea, Abit e BBM – fazem pelo algodão brasileiro, divulgando nossa fibra dentro e fora do Brasil”, destaca.
A gerente comercial do Grupo Itaquerê, de Primavera do Leste (MT), Mari Amaral de Pieri, destacou as possibilidades ofertadas pelo curso e a relevância para o cenário nacional: “pudemos até acompanhar a colheita numa fazenda, e eu imagino o quanto isso é valioso para as pessoas que não trabalham nessa área. Eu sempre quis fazer a Cotton School em Memphis, nos Estados Unidos, mas era complicado. Com a versão brasileira, pude concretizar este desejo”.
A Brazilian Cotton School nasceu a partir de uma demanda dos produtores, traders, indústria e corretores e segue modelos internacionais. Na capital federal, a base da escola são as instalações da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Já em São Paulo, as aulas acontecem na sede da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
Além de Abrapa e Abit, também compõem a iniciativa a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM). As inscrições já começaram e podem ser realizadas até o dia 30 de setembro no site: www.braziliancottonschool.com.br.
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