Economia
Você sabia que a Amazônia tem sua própria uva?
Rica em cálcio, fósforo e potássio, a uva-da-amazônia (mapati) atende à crescente demanda por produtos saudáveis e regionais
Redação Agro Estadão*
02/07/2025 - 08:43

A Amazônia brasileira é um tesouro de biodiversidade. Entre diversas preciosidades, destaca-se o mapati, também conhecido como uva-da-amazônia.
O mapati não apenas oferece benefícios nutricionais significativos, como também se adapta bem às condições climáticas da região, tornando-se uma alternativa atraente para o cultivo sustentável.
Conhecendo a uva-da-amazônia
O mapati (Pourouma cecropiifolia) é uma fruta fascinante que se assemelha a uvas em sua aparência. Cresce em cachos, com cada fruto medindo cerca de 2,5 centímetros e pesando aproximadamente 22 gramas.
Sua polpa carnosa e suculenta apresenta uma textura levemente fibrosa, envolvendo uma única semente. O sabor é agradavelmente adocicado, conquistando o paladar de quem o experimenta.
Esta espécie é conhecida por diversos nomes populares em diferentes regiões da Amazônia. Além de mapati, é chamada de cucura, uva-da-mata e purumã.
Independentemente do nome, trata-se da mesma planta, que tem ganhado reconhecimento por seu potencial gastronômico e nutricional.
Benefícios nutricionais da uva-da-amazônia

A uva amazônica é um verdadeiro tesouro nutricional. Rica em carboidratos, ela fornece energia de forma natural e saudável.
Além disso, seu alto teor de fibras contribui para uma digestão adequada e promove a sensação de saciedade, aspectos valorizados por consumidores preocupados com a saúde.
O mapati se destaca também por sua composição mineral. É uma excelente fonte de cálcio, essencial para a saúde óssea e dental. O fósforo presente na fruta desempenha um papel crucial no metabolismo energético e na formação de tecidos.
Já o potássio contribui para o equilíbrio dos fluidos corporais e para o bom funcionamento do sistema nervoso e muscular.
Esses benefícios nutricionais tornam o mapati um produto atrativo para o mercado consumidor, representando uma oportunidade valiosa para os produtores rurais que decidem investir em seu cultivo.
Cultivo da uva-da-amazônia
Escolha do local e preparo do solo para a uva-da-amazônia

O sucesso no cultivo do mapati começa com a escolha adequada do local e o preparo correto do solo. Esta espécie prospera em climas tropicais úmidos, característicos da região amazônica. O solo ideal deve ser bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica.
Antes do plantio, é fundamental realizar uma análise do solo. Este procedimento fornecerá informações essenciais sobre a necessidade de correções e adubações. Caso seja necessário, a calagem deve ser realizada para ajustar o pH do solo.
A adubação orgânica é altamente recomendada para melhorar a estrutura do solo e fornecer nutrientes essenciais para o desenvolvimento saudável das plantas.
Técnicas de plantio e manejo do mapati
O mapati pode ser propagado tanto por sementes quanto por mudas. Ao optar pelo plantio por sementes, é importante selecionar frutos maduros e saudáveis. As mudas, por sua vez, oferecem a vantagem de um desenvolvimento mais rápido e uniforme.
Considerando que o mapatizeiro pode atingir até 15 metros de altura, o espaçamento entre as plantas deve ser planejado cuidadosamente. Um espaçamento adequado garante que cada árvore tenha acesso suficiente a luz, nutrientes e água.
A irrigação é especialmente importante durante os períodos de seca.
As podas de formação e produção são práticas essenciais no manejo do Mapati. Elas ajudam a moldar a estrutura da árvore, facilitam a colheita e estimulam uma produção mais abundante de frutos.
Uma característica notável do Mapati é sua rusticidade em relação a pragas e doenças. Esta resistência natural reduz significativamente a necessidade de uso de defensivos agrícolas, alinhando-se com as práticas de agricultura sustentável e orgânica.
Essa árvore pode ser cultiva para fim comercial, sobretudo, em pequenos pomares e sistemas agroflorestais, ou ainda, como planta ornamental, segundo informações do engenheiro florestal Afonso Rabelo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
O especialista também explica que ela serve para recuperação e enriquecimento de áreas degradadas, potencialidade pouca aproveitada.
Potencial de mercado e comercialização da mapati

O mapati oferece uma variedade de possibilidades de consumo e comercialização. Além de ser apreciado como fruta fresca, pode ser transformado em sucos, geleias e sorvetes.
A pesquisa, fomentada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), desenvolveu até mesmo um vinho à base de mapati.
Esta versatilidade abre portas para diferentes segmentos de mercado, desde a venda direta ao consumidor até o fornecimento para indústrias de alimentos.
A obtenção de certificações, como a de produção orgânica ou sustentável, pode agregar valor significativo ao produto. Estas certificações atendem a um nicho de mercado em expansão, composto por consumidores dispostos a pagar mais por produtos que aliam qualidade a práticas ambientalmente responsáveis.
Desafios e perspectivas futuras para a uva-da-amazônia

Embora o Mapati apresente um potencial promissor, alguns desafios precisam ser superados para consolidar sua posição no mercado, como a necessidade de mais pesquisas sobre técnicas de cultivo, armazenamento e processamento.
Apesar desses desafios, as perspectivas para o mapati são animadoras. O potencial de expansão do cultivo é significativo, especialmente considerando a adaptabilidade da planta às condições amazônicas.
O mapati representa mais do que uma simples fruta; é um símbolo do potencial da bioeconomia amazônica. Seu cultivo sustentável oferece uma fonte de renda para produtores rurais e contribui para a preservação da biodiversidade da região.
À medida que cresce o interesse por produtos naturais, saudáveis e com história, o mapati se posiciona como uma opção promissora. Para os produtores rurais dispostos a investir nessa cultura, o futuro pode ser tão doce quanto o sabor desta uva amazônica.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Brasil deve registrar recorde histórico na exportação de gado vivo em 2025
2
Arábia Saudita quer aumentar em 10 vezes sua produção de café
3
Adoçado com engano: apicultores denunciam uso de ‘falso mel’ na indústria alimentícia
4
Oferta de etanol cresce mais rápido que consumo e acende alerta no setor
5
Decisão sobre salvaguardas da China leva tensão ao mercado da carne bovina
6
Rumores sobre salvaguarda da China para carne bovina travam mercado
PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas
Economia
Soja para a China: quem avança mais, Brasil ou EUA?
Apesar da soja brasileira ser mais competitiva, China já teria comprado 4 milhões de toneladas dos EUA; entenda esse movimento
Economia
Be8 anuncia aquisição de usina da União Agroindustrial em Alto Araguaia
A assinatura do contrato ocorreu em Mato Grosso e, agora, aguarda análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
Economia
Entrada de fertilizantes pelo Arco Norte dobra em 4 anos
Volume salta de 3,54 mi t em 2021 para 7,01 mi t em 2025; soja e milho lideram exportações
Economia
Democracia e Instituições: o que importa no acordo Mercosul-União Europeia
Entre as cifras de exportações e cotas agrícolas, a previsibilidade das regras sustenta o pilar institucional da civilização ocidental
loading="lazy"
Welber Barral
Economia
Produtor do Brasil é o Ayrton Senna da agricultura mundial, diz especialista
Debatedores esboçaram, durante o Estadão Summit Agro 2025, em São Paulo, suas visões em relação ao futuro do agronegócio
Economia
Em crise histórica, Cotribá busca proteção judicial para evitar colapso financeiro
Com dívidas que ultrapassam R$ 1 bilhão, cooperativa centenária tenta ganhar tempo para reorganizar operações e negociar com credores
Economia
Futuro do agro passa por Seguro Rural e pagamento por serviços ambientais, avalia SRB
No Estadão Summit Agro 2025, presidente da Sociedade Rural Brasileira avaliou questões geopolíticas, como as tarifas dos EUA e o acordo Mercosul-UE
Economia
COP 30 superou o temor de ser um tribunal de acusações contra o agro
Estadão Summit Agro debate nesta quinta-feira, 27, em São Paulo, sustentabilidade, relações comerciais e desafios do agronegócio brasileiro