Economia
Conheça os 10 tipos de feijão mais comum no Brasil
O Brasil produz uma grande variedade de tipos de feijão; conheça os principais, seus benefícios e como cultivá-los
Fernanda Farias | fernanda.farias@estadao.com
22/05/2024 - 05:22
Não existe alimento mais brasileiro que o feijão. Em qualquer região do país, ele está no prato principal – com ou sem caldo e de diferentes cores e sabores, de preferência junto com o arroz. São vários os tipos de feijão presentes na culinária.
O feijão é uma leguminosa da mesma família que a ervilha e a lentilha e também uma grande fonte de proteína vegetal. Praticamente toda a produção brasileira do grão é para consumo do mercado interno, tendo cada região a preferência por determinado tip.
Os principais estados produtores de feijão no Brasil são Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Bahia. Na safra 2023/2024, o país deve produzir mais de 3,3 milhões de toneladas, segundo a Conab.
Quais os tipos de feijão mais comuns?
De acordo com a Embrapa Arroz e Feijão, podemos destacar duas espécies de feijão: o feijão comum e o feijão de corda.
O feijão comum representa 79% do que é produzido no Brasil. Nessa espécie estão o feijão preto (19% da produção) e o feijão de cores (60% da produção). Já o feijão de corda responde pelos 21% restantes da produção nacional.
1 – Feijão comum
A planta do feijão comum é semelhante à planta da soja, com crescimento também parecido. Ao contrário do feijão de corda, que segue crescendo mesmo depois que o grão está pronto para colher, o feijão comum completa o ciclo de desenvolvimento e para de crescer.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, a produção do feijão comum vem passando por mudanças, tornando-se uma cultura com mais tecnologia e investimento para obter uma produtividade maior.
“Estamos vivenciando uma transição muito forte da pequena produção que não usava tecnologia e plantava de forma tradicional, para lavouras com áreas maiores, tecnologia e níveis de produtividade mais elevados. É um processo de tecnificação e profissionalização”, avalia o pesquisador Alcido Wander.
2 – Feijão Preto
O feijão preto tem grãos pequenos com pintas brancas. Depois de cozido, o seu caldo tem a cor marrom escura. Comum na culinária dos estados do Sul junto com o arroz, e também é usado na feijoada nos estados do sudeste, como São Paulo.
3 – Feijão Carioca
O grão do feijão carioca é marrom claro com rajas (listras ) mais escuras. O feijão carioca é o mais consumido no Brasil, normalmente com caldo e junto com o arroz. Também é servido como feijão tropeiro, adicionando farofa, tomate e cebola.
4 – Feijão Vermelho
O grão do feijão vermelho é graúdo. A cor pode ser mais escura ou mais clara. Bastante versátil, pode ser usado com caldo em inúmeras receitas ou apenas os grãos cozidos em saladas.
5 – Feijão Rajado
O grão de feijão rajado é parecido com o carioca, porém um pouco maior. Além disso, as rajas (listras) não são compridas como as do carioca, mas sim, como pintas alongadas. A cor dessas pintas pode ser vermelha, com a mesma intensidade do feijão vermelho. Seu uso culinário é comum em pratos secos, junto a outros legumes e temperos e também em caldos.
6 – Feijão Branco
O feijão branco tem grãos claros e graúdos. Quando cozido, o caldo é mais espesso e tem sabor mais suave. Pode ser usado como legume no acompanhamento de carnes e peixes, ou em saladas.
7 – Feijão Jalo
O jalo tem grãos maiores que os do feijão carioca. A cor é um tom amanteigado, amarelado. O sabor é mais suave que os outros tipos de feijão e, normalmente, é consumido em caldo.
8 – Feijão de corda
O feijão de corda também é chamado de “Caupi” e é típico do nordeste. De acordo com o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Alcido Wander, o feijão de corda é uma planta de crescimento indeterminado.
“O pé do feijão de corda forma a vagem, mas também forma um tipo de ‘cipozinho’ que continua crescendo e dá a planta o perfil de trepadeira”, explica.
Por tratar-se de uma planta mais rústica, é comum que a colheita seja feita de forma manual no nordeste do país. O plantio é feito nas épocas de chuvas, que podem variar bastante nessa região. Por isso, o feijão de corda é cultivado em apenas uma safra.
Na última década, o feijão de corda passou a ser cultivado no estado de Mato Grosso como opção para a segunda safra.
“O produtor não precisa investir muito nessa cultura, porque a planta é mais rústica e aproveita a sobra de adubo da primeira cultura. A safra dá uma boa renda a um custo mais baixo”, afirma Wander.
9 – Feijão Fradinho
Outro tipo de feijão de corda, o fradinho tem grão pequeno e tons entre marrom e cinza com manchas pretas. Também é mais comum no nordeste do país. Pode ser consumido em caldos, misturando os grãos com carne seca e farofa ou, ainda, como legume em saladas
10 – Feijão Verde
É o feijão de corda colhido quando ainda está verde. Bastante comum em receitas secas, como feijão tropeiro ou saladas.
Guia prático de como plantar diferentes tipos de feijão com sucesso
O feijão é a única cultura que pode render até três safras em um ano no Brasil, fazendo com que sempre exista produto à disposição do mercado.
Na primeira safra, o plantio acontece em outubro e a colheita, em janeiro; a segunda safra é de janeiro/fevereiro a abril/maio; e a terceira safra é realizada entre maio e setembro, mas apenas a partir de São Paulo a outros estados do centro-oeste, nordeste e norte.
Escolhendo o feijão ideal para seu clima
Apresentar os fatores a considerar, como temperatura, precipitação, época do ano. E explicar os impactos das variedades recomendadas para diferentes climas: tropical, subtropical, temperado.
Mesmo com a possibilidade de três safras, não são todos os tipos de feijão que podem ser plantados a qualquer tempo. “A terceira safra só é possível de São Paulo para cima, desde que haja irrigação”, afirma o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Alcido Wander.
Enquanto o feijão de cores é produzido em diversos estados do país, o feijão preto é mais comum na região Sul. Já o feijão de corda é típico do nordeste, devido às características mais rústicas da planta, de tolerância ao baixo volume hídrico.
Preparando o solo para uma colheita abundante
A recomendação da agronomia para o cultivo do feijão é não fazer o preparo do solo. “Faça o plantio direto! Precisa ter resíduos culturais do plantio anterior”, orienta Wander.
É claro que, como qualquer outra cultura, o solo precisa passar por uma correção de PH a cada dois ou três anos, mas isso não é específico do feijão. A lavoura que recebe esse manejo vai servir para várias plantações.
Cuidados essenciais para um crescimento saudável
O feijoeiro é uma planta de ciclo curto e com baixa exigência hídrica, mas também precisa de manejo adequado para crescer saudável e se desenvolver.
“Também se aplica nitrogênio, assim como no trigo e no milho. E conseguimos esse nitrogênio com inoculantes junto com a semente”, afirma o pesquisador, lembrando que a prática também ajuda o meio ambiente.
Quanto às sementes, a orientação é a mesma para qualquer cultura: usar sementes certificadas. O pesquisador Alcido Wander lembra que algumas doenças são transmitidas pelas sementes. “Usando uma semente de qualidade, o produtor tem menos probabilidade de ter a lavoura afetada por doenças”.
Desenvolver o tópico falando sobre irrigação adequada, controle de ervas daninhas e tutoramento. Importante falar sobre o monitoramento de pragas e doenças: identificação, prevenção e tratamento.
Cuidados com Pragas
A lavoura de feijão precisa ser monitorada e acompanhada com cuidado. A praga que mais preocupa é a mosca branca, um inseto que ataca outras culturas também. Além de gerar o dano como praga, transmite virose para as plantas.
A forma de controle varia entre químico e biológico, mas o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão diz que é interessante variar as opções para evitar que a praga crie resistência.
Ofereça orientações sobre como identificar e controlar pragas comuns que afetam o cultivo do feijão preto, enfatizando métodos de controle orgânico
Colheita no momento certo
O feijão é uma planta de ciclo curto, variando entre 90 e 95 dias. Portanto, a colheita acontece após esse período, com exceção ao feijão verde. Nesse caso, o produtor colhe enquanto a vagem ainda está verde, ou seja, ainda não amadureceu.
O feijão comum já é colhido de maneira mais tecnificada, enquanto o feijão de corda pode ter a colheita manual como escolha do produtor na maioria dos casos.
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