Cotações
Indicador de feijão é lançado pela CNA e Cepea
Ferramenta vai ajudar produtor nas negociações com compradores
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Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com | Atualizada às 14h30
23/10/2024 - 10:51
![Foto: Daniel Fagundes/ Trilux](https://agro.estadao.com.br/app/uploads/2024/10/lancamento-indicador-feijao.jpg)
Os produtores de feijão do Brasil agora poderão contar com um indicador de preços para o produto. O indicador do feijão foi desenvolvido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e lançado nesta quarta-feira, 23, em Brasília (DF).
A nova ferramenta de acompanhamento de valores traz uma média dos preços do feijão preto e carioca nos mercados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Oeste da Bahia. O preço será dado em Real por saca de 60 quilos a ser retirado na propriedade diariamente. Além disso, o indicador traz os pagamentos à vista e não inclui o ICMS.
A partir desta quarta, já será possível acompanhar esses preços no site oficial do Cepea e nas redes da CNA. O levantamento para a montagem do indicador começou a ser estruturado em abril com visitas em campo. Segundo a CNA, a intenção é que essa ferramenta ajude a diminuir a volatilidade e trazer uma base para os produtores negociarem com os compradores.
O pesquisador do Cepea, Lucilio Alves, comentou que essa iniciativa vai ser um facilitador para os agentes da cadeia, que envolve produtores, cooperativas, intermediadoras e agroindústrias. “O foco é ajustar a simetria de informações e permitir ajustes de negócios. Isso evita [o agente] aceitar qualquer tipo de preço porque ele não tinha qualquer tipo de parâmetro até então”, afirmou Alves aos jornalistas.
Para o produtor e vice-presidente da Comissão de Cereais da CNA, José Borgui, o ganho será principalmente para os produtores, já que o plantio e negociação ainda são feitos de maneira informal. “O feijão, desde sempre, é um mercado de informalidade e isso gera uma insegurança e descrédito junto ao produtor, porque falta informação para ele se planejar. […] É uma ferramenta fundamental para o produtor fazer a gestão”, indica Borgui, destacando que ela pode impulsionar a profissionalização desses agricultores.
Cadeia ainda precisa evoluir e estabelecer parâmetros
Especialistas indicaram alguns pontos que ainda precisam avançar e que podem ganhar impulso a partir do indicador. Um deles é com relação aos parâmetros de avaliação do feijão. Atualmente, há uma instrução normativa do Ministério da Agricultura que traz os tipos para serem comercializados no Brasil. No entanto, há um tipo de análise visual que não está prevista e que é adotada pelo mercado, porém sem um padrão geral.
“O que ela [instrução normativa 12 de 2008] define como padrão não absorve o que o mercado efetivamente adota, seja por uma classificação de tamanhos, e existe no mercado de feijão uma classificação visual em que pessoas especializadas olham o grão e pela cor do grão definem qual é a qualidade. Isso não existe em nenhum documento escrito e padrão de classificação. […] A cadeia precisa avançar e ver uma forma de documentar esse mecanismo de classificação. […] Isso é responsabilidade das entidades representativas do setor pressionar o governo para que se desenhe e busque mecanismos de regulamentação”, analisa o pesquisador do Cepea.
Outro aspecto é com relação à forma de negociação, já que hoje o normal é que o feijão seja vendido e entregue quase que de forma imediata à colheita. Isso porque faltam estruturas de armazenagem nas propriedades e, com isso, o produtor perde oportunidades de negociar o grão em momentos de preços mais favoráveis.
Além disso, a evolução esperada a partir da criação do indicador é uma estruturação também de um mercado futuro para o feijão. “São ferramentas que vão sendo agregadas a esse mercado, como mercado a termo, o pleito junto aos governos para novas políticas, abertura de novos mercados. O que precisamos é que o mercado evolua, que a agroindústria crie novos produtos para que isso facilite o consumo de feijão”, pontua Borgui.
Pensando na expansão do indicador, o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, já prevê uma janela para inclusão de outros tipos de feijão. “Essa [inclusão de novos tipos] é uma demanda que a gente recebeu também. É claro que a produção de outros feijões ainda é um nicho de mercado, chamados pulses. […] O feijão caupi deve ser o próximo produto a ser acompanhado com o nosso projeto, mas estamos estudando para ver como vai ser essa demanda do mercado”, disse o representante da entidade.
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