Medida pode impactar os preços internacionais de commodities, devido ao papel estratégico do país no mercado global de grãos
O presidente da Argentina, Javier Milei, confirmou o fim da redução das taxas de exportações, conhecidas como retenciones, sobre os principais produtos agrícolas do paíspara junho deste ano. A medida havia sido anunciada em janeiro para aumentar a competitividade dos embarques e estimular a entrada de dólares no país.
“Reduzimos temporariamente as retenciones sobre as exportações tradicionais, elas voltam em junho, porque dissemos que eram temporárias, então avisem ao campo que, se tiver que liquidar, que liquide agora, porque elas voltam em junho”, afirmou Milei em entrevista à rádio local El Observador na segunda-feira, 14.
Com a medida, as taxas voltarão para os patamares anteriores:
A decisão pode impactar os preços internacionais de commodities, dado o papel estratégico da Argentina no mercado global de grãos. O país lidera as exportações de farelo de soja, é o principal fornecedor de trigo ao Brasil e ocupa a terceira posição entre os maiores exportadores de milho do mundo.
Além disso, as declarações de Milei ocorrem no mesmo período em que a Argentina adota um novo regime cambial, que elimina as barreiras para que pessoas físicas comprem dólares e estabelece uma faixa de flutuação com tetos e pisos definidos para o câmbio.