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Economia

Como é feito o café descafeinado?

O café descafeinado é um nicho promissor para produtores rurais brasileiros

Nome Colunistas

Redação Agro Estadão*

16/12/2024 - 08:23

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

O café é uma das bebidas mais populares do mundo, mas nem todos podem ou desejam consumir cafeína. É aí que entra o café descafeinado, uma alternativa que mantém o sabor e aroma característicos do café, mas com níveis reduzidos de cafeína. 

De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de café no Brasil para 2024 está estimada em 54,79 milhões de sacas beneficiadas. 

CONTEÚDO PATROCINADO

Este número reflete a posição do Brasil como maior produtor mundial de café, demonstrando a importância do setor para a economia nacional.

O que é café descafeinado?

O café descafeinado é um produto que passou por um processo de remoção da cafeína, mantendo a maior parte de suas características originais. 

Este tipo de café é uma opção para pessoas sensíveis à cafeína, com problemas de saúde que requerem a redução de seu consumo, ou simplesmente para aqueles que desejam desfrutar do sabor do café sem os efeitos estimulantes.

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Benefícios do café descafeinado:

  • Redução da ansiedade e insônia associadas ao consumo de cafeína
  • Menor risco de aumento da pressão arterial
  • Possibilidade de consumo noturno sem afetar o sono

Desvantagens:

  • Possível alteração sutil no sabor e aroma originais do café
  • Preço geralmente mais elevado devido ao processo adicional de descafeinização

Para os produtores, o café descafeinado representa uma oportunidade de diversificação e acesso a um nicho de mercado específico. No entanto, requer investimentos em tecnologia e processos adicionais.

De acordo com a Skyquest Technology, o mercado global de café descafeinado está projetado para crescer de US$ 19,5 bilhões em 2022 para US$ 28,86 bilhões até 2030, indicando uma tendência que pode refletir no Brasil

Como é feito o café descafeinado na prática?

A produção de café em 2024 está estimada em um crescimento de aproximadamente 6,8% em comparação a 2023 – Foto: Adobe Stock

O processo de descafeinização pode ser realizado por diferentes métodos, cada um com suas particularidades.

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Método com solvente direto

O método com solvente direto utiliza substâncias químicas, como cloreto de metileno ou acetato de etila, para extrair a cafeína dos grãos de café. O processo começa com a vaporização dos grãos para abrir os poros, facilitando a ação do solvente. 

Em seguida, os grãos são imersos no solvente, que dissolve a cafeína. Após essa etapa, os grãos passam por uma nova vaporização para remover os resíduos do solvente. 

Regulamentações internacionais garantem que os níveis de resíduos químicos sejam seguros para o consumo, limitando-os a concentrações mínimas. Apesar de eficiente, esse método levanta preocupações ambientais devido ao uso de compostos químicos.

Método com solvente indireto (Processo da água)

No método com solvente indireto, a cafeína é retirada por meio de um processo em que os grãos são imersos em água quente para liberar seus compostos. 

A água, rica em cafeína, é filtrada por carvão ativado ou outros adsorventes, que capturam a cafeína sem remover os sabores e aromas naturais do café. Esse líquido descafeinado pode ser reutilizado no ciclo, preservando as características sensoriais dos grãos. 

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Embora não envolva solventes químicos diretamente nos grãos, esse método é menos eficiente e pode ser mais caro em comparação a outras alternativas.

Método com dióxido de carbono (CO²)

O método com dióxido de carbono supercrítico é uma solução moderna e sustentável para a descafeinização. Durante o processo, os grãos são colocados em uma câmara de alta pressão, onde o CO² age como solvente. 

Em estado supercrítico, o dióxido de carbono extrai a cafeína sem afetar os compostos aromáticos do café. Esse método é considerado ecológico e extremamente eficaz na preservação do sabor. 

Entretanto, o custo elevado dos equipamentos limita sua aplicação para pequenos produtores e empreendimentos iniciais.

Processo Swiss Water

O processo Swiss Water utiliza apenas água e carvão ativado para descafeinizar o café, sem o uso de solventes químicos. Os grãos são inicialmente embebidos em água quente, liberando a cafeína e outros componentes solúveis. 

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A água passa por um filtro de carvão ativado que retém apenas a cafeína, enquanto os demais compostos são devolvidos aos grãos. 

Este método é reconhecido por preservar ao máximo os sabores e aromas do café, sendo frequentemente usado para produzir café orgânico. A desvantagem é que o processo é mais lento e tecnicamente exigente, o que pode aumentar os custos operacionais.

O impacto do processo de descafeinização no sabor e aroma do café

Como é feito o café descafeinado influencia diretamente suas características sensoriais. Cada método de descafeinização tem um impacto diferente no sabor e aroma finais do café:

  • O método de solvente direto pode resultar em uma perda mais significativa de compostos aromáticos.
  • O processo da água tende a preservar melhor o perfil de sabor, mas pode resultar em um café ligeiramente mais suave.
  • O método de CO² é conhecido por manter bem as características originais do café.
  • O processo Swiss Water é elogiado por produzir um café descafeinado com sabor muito próximo ao original.

Para minimizar a perda de características sensoriais, os produtores devem selecionar grãos de alta qualidade para o processo de descafeinização e controlar cuidadosamente a temperatura e o tempo de exposição durante o processo.

Além disso, é fundamental realizar testes sensoriais frequentes para garantir a qualidade do produto final.

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Considerações para produtores rurais sobre o café descafeinado

O café descafeinado começou a ganhar mais espaço no mercado brasileiro, impulsionado por uma crescente conscientização sobre saúde e bem-estar – Foto: Adobe Stock

Investir na produção de café descafeinado apresenta tanto desafios quanto oportunidades para os produtores rurais. Os custos iniciais são significativos, especialmente relacionados à infraestrutura. 

Métodos como o de dióxido de carbono supercrítico demandam equipamentos de alta tecnologia, que podem representar um grande investimento, mas oferecem eficiência e preservação das características do café. 

Grandes produtores, por sua capacidade de operar em larga escala, conseguem diluir esses custos mais facilmente. 

No entanto, pequenos e médios produtores podem explorar nichos específicos, como cafés orgânicos ou de origem única, para se destacarem no mercado.

Esse mercado ainda é pouco explorado no Brasil, abrindo possibilidades para produtores que buscam atender a consumidores internacionais e domésticos.

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Produtores interessados em café descafeinado devem estar atentos às regulamentações

  • No Brasil, a ANVISA estabelece os limites máximos de resíduos de solventes e o teor máximo de cafeína permitido (0,1% em base seca).
  • Certificações internacionais, como USDA Organic ou Fair Trade, podem agregar valor ao produto.
  • Normas de segurança alimentar, como HACCP e ISO 22000, são essenciais para garantir a qualidade e segurança do processo.

Para obter certificações:

  • Familiarize-se com os requisitos específicos de cada certificação
  • Implemente as práticas necessárias em toda a cadeia produtiva
  • Prepare-se para auditorias e inspeções regulares
  • Mantenha registros detalhados de todos os processos

O café descafeinado representa uma fatia importante e crescente do mercado cafeeiro. Como é feito o café descafeinado é um processo que evoluiu significativamente, oferecendo hoje opções que preservam melhor o sabor e aroma originais do café, além de serem mais sustentáveis.

Ao considerar entrar neste mercado, os produtores devem avaliar cuidadosamente os investimentos necessários, as demandas do mercado e as regulamentações aplicáveis. 

Com planejamento adequado e foco na qualidade, o café descafeinado pode se tornar uma alternativa lucrativa e sustentável dentro do vasto universo da cafeicultura brasileira.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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