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Economia

CEPEA avalia impacto de danos no setor lácteo do RS

Dificuldade de acesso às fazendas prejudica compra de ração; produtores relatam menor produção de lácteos devido à má alimentação dos animais

Nome Colunistas

Sabrina Nascimento

21/05/2024 - 14:31

Foto: Adobe Stock
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O setor de lácteos brasileiro enfrenta grandes desafios devido às recentes enchentes no Rio Grande do Sul. A devastação das áreas agrícolas e a interrupção de estradas e rodovias estão prejudicando significativamente a circulação de insumos, leite cru e lácteos.

Além disso, a falta de energia elétrica e água em várias regiões agrava a situação, afetando toda a cadeia produtiva. As informações são do Centro de Estudos em Política Aplicada (Cepea).

Impactos na produção e distribuição de lácteos

As enchentes levaram à paralisação de algumas indústrias de laticínios, seja por danos nas estruturas, falta de energia elétrica ou impossibilidade de captar o leite cru nas fazendas. Os laticínios e cooperativas que ainda conseguem operar estão fazendo esforços conjuntos para garantir a captação de leite de propriedades menos afetadas e para distribuir os lácteos. No entanto, essas rotas alternativas elevam significativamente os custos logísticos.

A dificuldade de acesso às fazendas também prejudica a compra de ração, resultando em relatos de racionamento e menor produção devido à má alimentação do rebanho. Em casos mais críticos, “há registros de descarte de leite no campo, devido à falta de ração, energia elétrica e combustível”, destaca a nota.

Segundo os pesquisadores do Cepea, a falta de energia elétrica tem um impacto severo no setor, impedindo a automação da ordenha e o resfriamento do leite no campo, além de afetar o processamento e a conservação dos lácteos nas indústrias. Fazendas e laticínios que continuam operando dependem de geradores e combustível, cuja escassez pode inviabilizar a produção.

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Abastecimento do RS e de outros estados comprometido

A calamidade em Porto Alegre e na região central do estado prejudica gravemente o abastecimento de lácteos para os canais de distribuição, afetando não só o Rio Grande do Sul, mas também outros estados. Colaboradores do Cepea destacam que os prejuízos são enormes, embora ainda incalculáveis.

Expectativa de preços elevados 

Tradicionalmente, a produção de leite no Rio Grande do Sul aumenta a partir da metade de abril, com a oferta subindo em maio, junho e julho devido às pastagens de inverno, o que geralmente resulta em queda de preços. Esse período é crucial para abastecer outros estados durante a entressafra no Sudeste e Centro-Oeste.

Este ano, entretanto, as enchentes alteraram esse cenário. A redução da produção de leite em maio pode levar a um comportamento atípico dos preços ao produtor. As perdas estruturais no campo e nas indústrias podem retardar a recuperação da oferta de leite cru e lácteos, reforçando a expectativa de preços elevados nos próximos meses.

Repasse dos custos logísticos aos derivados lácteos

Mesmo com muitas famílias desabrigadas, as compras institucionais de lácteos podem sustentar a demanda. No entanto, o aumento dos custos logísticos deve ser repassado aos preços dos lácteos, pressionando ainda mais o setor. “A recuperação completa das áreas afetadas e a normalização das operações dependem de esforços contínuos e investimentos significativos”, diz o Cepea em nota.

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