Alemanha não registrou mais nenhum caso de febre aftosa, confirmou Ministério da Agricultura alemão
A confirmação do primeiro surto de febre aftosa na Alemanha em quase quatro décadas deixou os auditores fiscais brasileiros em alerta sobre a necessidade de uma fiscalização intensa no Brasil. Ao Agro Estadão, o diretor de Comunicação do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Montemar Onishi, disse que para que não ocorra a reintrodução da doença no país, todo o sistema de vigilância das fronteiras deve funcionar continuamente, principalmente portos e aeroportos.
Para ele, é fundamental aumentar o quadro de profissionais que atuam na Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), já que o risco de entrada do vírus é pela entrada de animais e produtos de origem animal que estejam contaminados.
“A atual infraestrutura do Vigiagro já trabalha no limite de suas capacidades. Temos visto um aumento de volume de passageiros e mercadorias agropecuárias, e atuamos com a mesma quantidade de auditores fiscais federais agropecuários — ou com número até menor, considerando que os concursos não têm sido realizados na mesma quantidade de servidores que têm se aposentado — sem infraestrutura adequada, o que dificulta muito o atendimento em caso de crises sanitárias”, pontua.
Segundo Montemar Onishi, atualmente, 291 auditores fiscais federais agropecuários atuam no sistema Vigiagro em portos, aeroportos e fronteiras terrestres de todo o Brasil. “Para alcançarmos um cenário ideal, seria necessário dobrar o número de servidores atuando na Vigilância Agropecuária Internacional”, avalia.
A equipe do Agro Estadão entrou em contato com o Ministério da Agricultura e Pecuária para saber se há previsão de abertura de concurso público para ampliar o quadro do Vigiagro, mas não obteve resposta até o fechamento da reportagem.
Mesmo trabalhando no limite de suas capacidades, Onishi diz que “os auditores fiscais federais agropecuários estão prontos para aumentar a fiscalização frente a esse novo desafio, mesmo sem a infraestrutura ideal. Reiteramos que é fundamental manter a vigilância nas fronteiras e estar preparado para investigar as suspeitas e eliminar qualquer foco da doença rapidamente caso ocorra”.
A Alemanha não encontrou mais nenhum caso de febre aftosa em seu território, confirmou o ministro da agricultura alemão, Cem Oezdemir. Segundo informações da Reuters, o governo está trabalhando para manter aberta as exportações de carne e laticínios para os parceiros comerciais, especialmente na União Europeia.
A Comissão Europeia informou ao governo alemão que a imposição de zonas de quarentena de 10 quilômetros ao redor da fazenda, onde a febre aftosa foi identificada, seria suficiente para impor o princípio comercial de “regionalização”. Segundo essa regra, as importações de carne e laticínios são interrompidas ou controladas somente na área diretamente afetada pela doença, enquanto outras regiões da Alemanha podem continuar exportando normalmente.
O Sistema Veterinário Oficial da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi) fez algumas recomendações para os produtores:
Já para os viajantes, a principal orientação é que não tragam produtos de origem animal de forma ilegal, principalmente cárneos, como embutidos. E caso tenha ocorrido visita à exploração pecuária em área com ocorrência de aftosa, é fundamental desinfetar roupas e calçados na chegada.