Cotações

Resiliência marca o mercado de açúcar e etanol em 2024

Diante de desafios climáticos e econômicos, as usinas tiveram que ajustar estratégias frente à menor oferta de cana e oscilações de preços

O mercado paulista de açúcar cristal branco e etanol demonstrou resiliência em 2024, enfrentando desafios climáticos, logísticos e econômicos. Segundo os pesquisadores do Centro de Economia Aplicada (Cepea), a menor oferta de açúcar, aliada à competição pelo uso da cana-de-açúcar entre produção de etanol e exportação de açúcar VHP, que serve como matéria-prima para refino em mercados internacionais, marcou a estratégia das usinas para maximizar as margens. 

Apesar disso, a safra 2024/25 iniciou com cotações médias superiores à temporada anterior. O cenário foi impulsionado pela demanda interna por biocombustíveis e pela menor disponibilidade de açúcar no mercado doméstico.

Nos meses iniciais da safra, o aumento da produção, maiores estoques, volatilidade cambial e desaquecimento da demanda pressionaram os preços do cristal, que caíram para R$ 130 por saca de 50 kg. Contudo, a partir de agosto, as cotações reagiram, alcançando recordes nominais em novembro, com média de R$ 166,46 por saca. O quadro refletiu a redução drástica na oferta de cana causada pela seca, queimadas e a propagação de uma nova doença.

No acumulado da safra até novembro, a moagem totalizou 582,61 milhões de toneladas de cana — queda de 2,24% em relação ao ciclo anterior, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA). 

No entanto, os preços médios do etanol anidro e do etanol hidratado superaram os valores de 2023/24, com altas de 0,26% e 2,03%, respectivamente. As vendas de etanol foram impulsionadas pela competitividade frente à gasolina, embora as exportações tenham recuado 5,62%, somando 1,73 bilhão de litros.

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