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Milho: semana termina com poucos negócios, mas com cotações valorizadas

Colheita da safrinha passa de 82% em todo Brasil; nos EUA as atenções seguem voltadas a questões climáticas

2 minutos de leitura 27/07/2024 - 19:35

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Rafael Bruno | São Paulo | rafael.bruno@estadao.com

Foto: Adobe Stock
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Contrariando o fechamento do mercado internacional, o milho encerrou a semana com cotações valorizadas. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, os preços chegaram a R$ 66 nos portos brasileiros, com prêmios entre US$ 110 e US$ 120 por bushel. 

“As dificuldades de logística das tradings no Brasil e atrasos na originação do programa de exportação deste ano parecem justificar a corrida por negócios com milho no porto, para agosto e setembro, nestes últimos dias”, informa a consultoria em relatório semanal.

No fechamento desta sexta-feira, 26, no entanto, o mercado  manteve certa restrição nas ofertas. No Paraná, não houve relatos de negócios significativos ao longo do dia. No oeste do estado, a saca foi ofertada entre R$ 58 e R$ 60. No Rio Grande do Sul, o mercado sente dificuldade para viabilizar lotes de milho abaixo de R$ 65, mais acréscimo de ICMS, porém, segundo o analista da Safras, Paulo Molinari, não há ainda força compradora para preços acima deste nível.

Em Chicago, o fechamento de sexta-feira devolveu parte dos ganhos acumulados na semana. O contrato com vencimento em setembro deste ano teve uma queda de 2,83%, a US$ 3,94 por bushel. Ainda assim, igual posição fechou a semana com valorização de 1,02% frente à semana anterior.

Além do movimento de realização de lucros diante dos ganhos recentes, o mercado também foi pressionado pelo recuo do petróleo em Nova Iorque.

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O ritmo da colheita do milho norte-americano, assim como as questões climáticas nos Estados Unidos devem continuar pautando os preços do grão em Chicago e posteriormente em demais mercados.

Apesar de previsões divulgadas nesta semana apontarem para chuvas no Meio-Oeste do país, o que pode minimizar impactos da onda de calor, o National Weather Service (NWS) segue mantendo a previsão de altas temperaturas em quase todo os EUA e chuvas abaixo da média em áreas produtoras. 

Os agentes de mercado também devem seguir de olho em uma possível desvalorização do Yuan, moeda da China.

Colheita do milho safrinha passa de 82%

Nesta semana, a colheita do milho segunda safra atingiu 82,56% da área semeada em todo o país, porcentual que segue recorde para o período. De acordo com a Pátria Agronegócios, em 2023, o volume colhido chegava a 57,65%, em 2022 era de 71,25%. Nos últimos cinco anos, a média é de 62,59% para este período. 

Mato Grosso segue como o mais adiantado, com 98,4% da safrinha colhida. Também seguem avançados: Goiás (89,9%), Paraná (83%), São Paulo (76,6%) e Minas Gerais (72,1%).

Enfrentando seca desde meados de abril, a rentabilidade e qualidade do milho, agora em maturação no centro do país, pode ter sido comprometida. Segundo a consultoria Pátria, há relatos de campo que indicam redução agressiva das produtividades observadas nos talhões agora em colheita.  

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