Cotações

Menor produção e forte demanda elevam preço do leite ao produtor

Em contrapartida, custo de produção sobe pelo 6º mês consecutivo e pressiona a margem de lucro, informa Cepea 

Após registrar quedas ao longo do último trimestre de 2024, o preço do leite ao produtor voltou a subir. Pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), mostra que a cotação do leite captado em janeiro foi de R$ 2,64 por litro, na média Brasil. O valor representa altas de 2,5% em relação a dezembro de 2024 e de 18,7% frente ao mesmo mês do ano passado, sem considerar a inflação.

“Com a produção perdendo força e a demanda firme, indústrias intensificaram a competição pela compra de matéria-prima, o que levou a reajustes nos preços negociados com produtores em janeiro”, destaca o boletim do Cepea. A expectativa do setor, segundo os pesquisadores, é que o movimento de alta ganhe força nos próximos meses, à medida que a entressafra se aproxima no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Custo segue em alta pelo 6º mês consecutivo

Em fevereiro, o Custo Operacional Efetivo, que engloba gastos com insumos, mão de obra, energia e combustíveis, teve avanço de 0,49% em relação a janeiro. Segundo os pesquisadores, apesar da aparente estabilidade nos preços da ração, o encarecimento de outros insumos reforçou o movimento de alta.

A saca de milho apresentou valorização de 8,88% em fevereiro, enquanto a saca de soja se desvalorizou 2,27%. Apesar das oscilações, as cotações praticadas nas casas agropecuárias ficaram estáveis (-0,04%), devido à redução da demanda — nesse período do ano, o consumo de ração em propriedades de pequeno e médio portes diminuiu diante da maior disponibilidade de forragem. 

Por outro lado, a suplementação mineral seguiu em alta pelo nono mês consecutivo. “Mesmo com a desvalorização do dólar, os repasses continuaram sendo realizados pela indústria em fevereiro, elevando a média Brasil em 1,13% em fevereiro”, destaca o boletim. Os custos com operações mecanizadas também subiram 3,23% em fevereiro, na média Brasil, impactados pela alta nos preços do diesel e reajustes nas refinarias, somando-se aos aumentos nas alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.