Clima
Como será o clima em setembro? Veja a previsão por cultura e região
Excesso de umidade no Sul pode afetar culturas de inverno e temperaturas acima da média podem influenciar germinação da soja no Centro-Oeste

Redação Agro Estadão
01/09/2025 - 05:00

O Brasil entra no mês de setembro com previsão de chuva perto da média, mas com contrastes marcantes, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No Sul e no Amazonas, a expectativa é de precipitações acima do normal, enquanto áreas do Norte, como Roraima e Acre, devem ter menos chuva.
As temperaturas seguem em alta em boa parte do país, com destaque para o sudoeste do Pará e a divisa de Goiás com Minas Gerais, onde as temperaturas podem alcançar até 1,5 °C acima da média, variando entre 27 °C e 30 °C.
Região Norte
Estão previstos volumes de chuva de até 50 mm abaixo da média histórica em grande parte de Roraima, centro-sul do Pará, porções centrais do Acre e Rondônia e em áreas isoladas do Amazonas.
O Instituto prevê volumes de chuva acima de 160 mm para o norte do Amazonas, bem como acumulados acima de 100 mm para o extremo nordeste do Pará. Nas demais áreas da região, o prognóstico indica valores próximos às normais climatológicas.
Nordeste
Para a região, majoritariamente, os valores previstos vão ficar em torno da média histórica em praticamente todos os estados, exceto no nordeste da região costeira da Bahia, onde são previstos volumes de chuva de até 50 mm abaixo da média histórica.
Na região central e leste do Nordeste, a previsão é de temperaturas acima da média para todos os estados, com áreas na costa norte próximas à climatologia. As temperaturas devem variar entre 22 °C e 27,5 °C, com áreas pontuais na região central de Pernambuco e sudeste da Bahia apresentando valores entre 17 °C e 20 °C.
Centro-Oeste e Sudeste
Da mesma forma, para essas regiões são previstos volumes de chuva próximos à climatologia. Exceções ocorrem nos setores sudeste e sudoeste de São Paulo, extremo sul de Minas Gerais e sudeste do Mato Grosso do Sul, com estimativas de volumes até 50 mm acima da média. Por outro lado, prevê-se chuva abaixo da média histórica para o setor oeste do Mato Grosso do Sul.
As temperaturas médias devem ficar acima de 22,5 °C em todos os estados, com exceção do sul do Mato Grosso do Sul, onde as médias podem ficar acima dos 20 °C.
Já no Sudeste, são previstas as temperaturas médias acima de 15 °C em áreas do centro-sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e centro-leste de São Paulo. Em Minas Gerais, as áreas central e oeste do estado devem registrar temperaturas mais elevadas.
Região Sul
No Sul do país, são previstos acumulados de chuva acima da média histórica em praticamente todos os estados. Áreas isoladas do norte e sudoeste do Paraná podem ocorrer chuvas próximas à média histórica de setembro.
O destaque é a porção central de divisa entre as mesorregiões do Noroeste e Nordeste Rio-Grandense, em que são previstos volumes de chuva acima de 200 mm para o próximo mês.
A Região Sul deve apresentar temperaturas dentro da média, exceto no Paraná, onde as temperaturas podem ficar até 0,6 °C acima da média. Nessa região, devem predominar temperaturas entre 12 °C e 17 °C, com temperaturas mais baixas no Rio Grande do Sul e na divisa com Santa Catarina, onde as médias podem ficar abaixo de 12,5 °C.

Possíveis impactos nas culturas agrícolas
Na Região Norte, a previsão do Inmet para o mês de setembro indica elevação das temperaturas do ar em grande parte da região, com totais de chuva próximos à normalidade. Sob estas condições, os maiores impactos recaem sobre as culturas permanentes como cacau, açaí e a fruticultura tropical, além das pastagens.
Vale destacar uma maior vulnerabilidade no sudoeste do Pará, Roraima e Acre, onde a reposição hídrica tende a ser limitada. Essas condições propiciam o estresse hídrico que pode resultar em perda de produtividade e redução da disponibilidade de alimento ao rebanho.
Na Região Nordeste, a previsão de chuvas próximas à média na maior parte do território, pode beneficiar as safras de feijão e milho, favorecendo o suprimento hídrico necessário e garantindo o enchimento dos grãos. Entretanto, na porção norte do litoral da Bahia e do Rio Grande do Norte as chuvas abaixo da média, associadas a temperaturas mais elevadas, eleva o risco de déficit hídrico, especialmente para lavouras de sequeiro e para a formação de pastagens nessas regiões.
Na maior parte da Região Centro-Oeste, a previsão indica anomalias de precipitação próximas à normalidade, mas com temperaturas de 0,6 °C a 1,5 °C acima da média. Essa condição pode favorecer as atividades de colheita do milho segunda safra e do algodão, reduzindo riscos de perdas por excesso de chuvas.
Entretanto, para áreas de soja em implantação e para o feijão de terceira safra, a combinação de temperaturas mais altas e baixa umidade relativa pode comprometer a germinação e o enchimento de grãos, necessitando de adoção de práticas conservacionistas no solo e um manejo racional da irrigação.
Já na Região Sudeste, as chuvas previstas próximas da média devem beneficiar a colheita do café e da cana-de-açúcar, reduzindo riscos de perdas por excesso de umidade no solo. Entretanto, as altas temperaturas podem acelerar os processos fisiológicos das plantas e intensificar a evapotranspiração, necessitando de um adequado manejo hídrico do solo, especialmente nas áreas de implantação da soja precoce e milho, que necessitam da regularidade das chuvas para uma boa germinação e emergência.
Na Região Sul, a previsão é de chuvas levemente acima da média em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, além de elevação da temperatura, especialmente no norte do Paraná. A condição é favorável ao desenvolvimento da cana-de-açúcar no estado.
Contudo, o excesso de umidade no solo pode dificultar a semeadura e emergência das culturas de inverno, como trigo, aveia, cevada, centeio e canola, sobretudo em solos com baixa drenagem. Apesar disso, o cenário tende a ser positivo para as lavouras que já estão em fase de desenvolvimento.

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