Clima
Chuvas dão trégua ao Centro-Oeste e Sudeste? Veja o que diz especialista
Frente fria organiza clima no Norte e Nordeste durante o fim de semana
Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com
02/05/2025 - 13:44

O mês de abril terminou com uma quantidade de chuvas que “surpreendeu”, segundo a sócia-executiva e meteorologista da Nottus, Desirée Brandt. Apesar da maior quantidade de precipitações no mês passado e um tempo mais firme neste início de maio, as regiões Centro-Oeste e Sudeste podem ainda registrar alguns volumes de chuva no mês de maio.
“Ainda não é o fim completamente da chuva, mas nada comparado ao auge do período chuvoso e até mesmo a abril. Normalmente, o mês de abril costuma ser marcado por períodos maiores de tempo seco e boa parte do mês teve algum episódio de chuva, inclusive ultrapassando a média em vários pontos, principalmente, Mato Grosso do Sul, que foi a região que mais recebeu chuva”, pontua a especialista.
Ela ainda pondera que esses volumes não serão grandes e as chuvas não vão ser abrangentes. No entanto, essa umidade esperada para as regiões produtoras poderá ajudar na finalização das lavouras de milho segunda safra.
“Mês de maio, tradicionalmente, costuma ser um mês também mais seco no centro do Brasil. Mas para o mês inteiro, somando todos os episódios, pode ter acumulados em torno de 20 a 30 milímetros em algumas áreas entre São Paulo, sul de Minas Gerais, sudoeste de Goiás, Mato Grosso e também alguns pontos do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia)”, diz ao Agro Estadão.
Outro aspecto também característico do período são as baixas temperaturas. Os termômetros já começam a registrar um clima mais frio, principalmente, à noite, o que também pode colaborar para o milho safrinha. “O padrão de temperatura já começa a mudar. Isso também é bom para o metabolismo do milho e eventualmente promove a formação de orvalho ao amanhecer e isso também ajuda a manter a umidade”, comenta Brandt.
Conforme a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), maio deve ter chuvas acima da média em grande parte da Região Norte, especialmente, no Amazonas, Pará, Amapá e Roraima. No Nordeste, a previsão também é de precipitações a mais no Matopiba, além do Ceará. O Sul deve ter chuvas dentro da média histórica, a exceção do noroeste do Paraná.
Fim de semana de chuvas na Bahia e no Norte do país
Uma frente fria que está de passagem pela costa baiana deve interferir no clima do Nordeste e Norte do país. “Isso provoca muita chuva no Recôncavo Baiano, tanto nesta sexta-feira, 02, como no final de semana. Esse mesmo sistema ajuda a organizar algumas áreas de chuva entre o Nordeste e a região Norte. Embora não sejam grandes acumulados previstos, tem sim alguma umidade que é muito bem-vinda e ajuda as lavouras em áreas do Matopiba e pegando também áreas do norte de Mato Grosso. Tem também alguma umidade, mas muito fraca, na região do Vale do Araguaia, que pega o noroeste de Goiás e sul do Tocantins”, destaca a meteorologista da Nottus.
Já no Centro-Sul do país, o clima deve permanecer estável, com poucas chances de instabilidade para sábado, 03, e domingo, 04. Segundo a especialista, uma área de alta pressão se formou na altura do Centro-Oeste e do Sudeste. Este fenômeno impede a formação de nuvens carregadas, afastando as precipitações. Além disso, esse sistema climático também colabora para a queda da temperatura, principalmente, nos períodos noturnos. No sábado, Belo Horizonte (MG) pode ter mínima de 13°C, assim como Curitiba (PR).
Já no decorrer da próxima semana, o Rio Grande do Sul deve ter uma nova frente fria. “Isso deve provocar chuva no Sul do Brasil, mais especificamente no Oeste gaúcho, nas áreas mais próximas ao Uruguai, região da Campanha Gaúcha. Santa Catarina e Paraná, se receberem alguma chuva ao longo da semana que vem, será algo muito fraco, muito localizado”, aponta Brandt.
Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Clima
1
Novo ciclone traz ventos de 100 km/h a partir de domingo; veja onde
2
Ciclone extratropical deixa Sul, Sudeste e Centro-Oeste em alerta
3
Defesa Civil do RS amplia alerta de risco severo para ventos, chuva e granizo; veja o deslocamento do ciclone
4
Ciclone extratropical pode causar tornados no RS e ventos de até 115 km/h em SP
5
Tornado devasta Rio Bonito do Iguaçu e deixa ao menos cinco mortos no Paraná
6
Com ventos de até 330 km/h, tornados destruíram propriedades rurais no Paraná
PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas
Clima
Frente fria espalha instabilidades pelo País no fim de semana; veja onde
Há risco de temporais no Rio Grande do Sul e Santa Catarina; no Paraná, há previsão de chuva forte e rajadas de vento de 40 km/h
Clima
Especialistas cogitam aquecimento do Pacífico, mas não confirmam El Niño em 2026
Serviço climático dos EUA projeta La Niña até o fim de 2025 com tendência de transição para neutralidade no primeiro trimestre do próximo ano
Clima
Novo ciclone traz ventos de 100 km/h a partir de domingo; veja onde
Inmet emitiu alerta de grande perigo para tempestades em áreas do RS, SC, PR e MS; há possibilidade de tornados e risco para áreas agrícolas
Clima
Chuvas impulsionam safra, mas excesso preocupa em MG, MT e GO
Inmet projeta boa umidade no Centro-Oeste e Sudeste, mas alerta que déficit hídrico persiste no Amapá, Roraima e em parte da Bahia e Pará
Clima
La Niña: atraso da soja acende alerta para o milho safrinha
Rio Grande do Sul volta a ser o ponto de atenção com o avanço do fenômeno, mas consultoria destaca que potencial produtivo segue elevado
Clima
Tornado destrói granja de suínos e produtor cobra alertas mais precisos
Com ventos de 250 km/h, tornado arrasou granja, matou animais e devastou lavouras no centro-sul do Paraná; veja as imagens
Clima
Com ventos de até 330 km/h, tornados destruíram propriedades rurais no Paraná
Em Guarapuava e Candói, tornado atingiu granja de suínos e arrancou barracões, silo e casas; chuva retorna a partir de quarta-feira
Clima
Tornado devasta Rio Bonito do Iguaçu e deixa ao menos cinco mortos no Paraná
Análise dos danos e imagens de radar indicaram ventos entre 180 km/h e 250 km/h, mas há indícios de picos acima de 250 km