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Operação de auditores agropecuários em frigoríficos de abate do país pode impactar oferta de produtos, alerta ABPA

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21/02/2024 | 10:50

Por: Daumildo Júnior | daumildo.junior@estadao.com - Atualizado às 17h

Fiscais agropecuários dizem que terão apoio do Ministro da Agricultura em próxima reunião de negociação.

O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Agropecuários saiu otimista de uma reunião com o ministro Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, na tarde desta quarta-feira, em Brasília. Segundo a entidade, o ministro se comprometeu a participar de uma reunião na próxima quinta-feira, 29, com os auditores fiscais federais agropecuários no Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI).

“Neste novo encontro, Fávaro disse que apoiará no que for possível o pleito dos servidores, que pedem a reestruturação da carreira”, diz a nota da ANFFA Sindical. 

Os auditores fiscais federais agropecuários começaram hoje, 21, uma operação de fiscalização em todos os frigoríficos de abate e abatedouros que fazem parte do SIF (Serviço de Inspeção Federal). A ação faz parte das mobilizações dos servidores que reivindicam melhores salários e mais auditores. 

“A gente vai promover em todos os frigoríficos e abatedouros com inspeção federal, com SIF, uma operação chamada de PPHO (Procedimento Padrão de Higiene Operacional), uma prática  que já é realizada pelos auditores de tempos em tempos, mas só que vamos fazer em todos os frigoríficos nesta quarta”, afirmou Antônio Andrade, diretor de comunicação e relações públicas do Anffa Sindical (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários) ao Agro Estadão

Esse procedimento é realizado a critério de cada auditor agropecuário alocado no frigorífico, isto é, não tem uma data certa para acontecer e nem uma padronização com os demais estabelecimentos. Ao todo, hoje, 2.340 auditores, atuam em todo o país. Desses, 980 em frigoríficos e abatedouros e o restante em atividades de fiscalização em portos e aeroportos, emissão de certificados sanitários e análises laboratoriais de possíveis doenças.

Na prática, os estabelecimentos só podem voltar a abater os animais depois que a inspeção for feita e aprovada. Em caso de irregularidades, a empresa tem que fazer as correções para só depois reiniciar os trabalhos.

“São pontos críticos de higiene. Pode ir desde a superfície dos equipamentos que mantém contato com os alimentos, até a higiene pessoal dos trabalhadores e o controle de roedores. É uma série de critérios de higiene do estabelecimento que evitam contaminação do alimento. O auditor faz a auditoria nesses pontos, e o abate só pode começar quando o ponto que foi inspecionado estiver ok. Se não estiver ok, ela [empresa] só começa o abate depois que ela corrigir”, explicou Andrade sobre como é feito o chamado PPHO. 

Essa auditoria é feita por amostragem, ou seja, não é necessário que ele inspecione todas as superfícies de contato com alimento, por exemplo. Além disso, o auditor também pode escolher mais de um ponto para fiscalizar.

Impacto da mobilização já é sentido pelo setor

A ação feita nesta quarta é mais uma da mobilização dos auditores que começaram as paralisações no fim de janeiro. E as agroindústrias já sentem os efeitos dessas paralisações.

Em nota divulgada nesta quarta-feira, 21, a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) diz que as empresas agroindustriais exportadoras estão enfrentando dificuldades para emissão de Certificados Sanitários Internacionais (CSIs). “De imediato, a operação coloca em risco cargas vivas e compromete a importação e exportação de material genético, que são altamente sensíveis ao tempo de trânsito.  No curto prazo, o retardo das linhas de produção provocado pelo movimento poderá impactar a oferta de produtos”, apontou a associação em nota.

Mobilização de auditores agropecuários segue até dia 29 de fevereiro

A decisão da operação PPHO em todos os frigoríficos de abate foi tomada depois que 98% dos auditores agropecuários aprovaram intensificar as paralisações. A assembleia geral que votou a pauta terminou na noite desta terça-feira, 20. 

Como o Agro Estadão adiantou na semana passada, essa mobilização deve continuar até pelo menos dia 29 de fevereiro, data em que uma nova reunião com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos está agendada. No último encontro, os servidores saíram insatisfeitos com a proposta do governo de um reajuste na casa de 14,5% para auditores de nível superior e de 10% para nível técnico.

Categorias: Agropolítica

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