Agropolítica

Guilherme Campos aponta cautela maior do produtor no início da safra

Secretário defende Plano Safra como o suporte mais acessível, mas reconhece que produtor está mais prudente

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Guilherme Campos, afirmou que o produtor rural está mais cauteloso para captar recursos no início da safra 2025/26 em comparação com outros ciclos recentes. “O produtor está mais cauteloso. Em muitos casos, para custear a safra, ele precisa recorrer ao mercado. E o que percebemos neste início de safra é uma cautela maior do que em anos anteriores”, afirmou, nos bastidores da Conferência Anual Santander nessa terça-feira, 19.

Segundo ele, o cenário atual de juros elevados tem levado o produtor rural a adotar mais prudência na hora de assumir financiamentos. “Com juros básicos de 15%, mesmo que no Plano Safra estejam um pouco abaixo disso, ainda são juros altos. Isso exige prudência e cautela na hora de assumir compromissos”, disse.

Campos destacou que a necessidade de avaliar bem os custos antes da busca pelo financiamento é um movimento que se estende a toda a economia, mas com impacto direto no campo. “Vale para todos os setores, inclusive o agro. É preciso fazer conta, avaliar bem o custo de um financiamento”, ressaltou.

Campos defendeu que o Plano Safra segue sendo a linha mais acessível de crédito disponível, especialmente para custeio da produção. “Se alguém encontrar dinheiro mais barato do que o oferecido no Plano Safra, aproveite, porque não existe nada mais barato. Agora, em termos globais, são juros caros. Mas há uma lição que aprendi com meu pai: o dinheiro mais caro é aquele que você não tem. E o Plano Safra está aí, à disposição de todos.”

Questionado sobre as expectativas para a sequência da safra, Campos disse que o tempo vai mostrar o ritmo da tomada de crédito. “Vamos ver juntos. O tempo passa, chega a hora do plantio e o produtor vai ter que preparar a terra, colocar o insumo, plantar a semente, esperar a chuva e colher. E o Plano Safra está aí para dar o suporte.”