Agropolítica

Cooperativas do RS pedem 120 dias de pausa em pagamentos

Governo trabalha para dar prazo de 90 dias devido aos prejuízos no Rio Grande do Sul

Diante da tragédia climática em que o Rio Grande do Sul se encontra, a Federação das Cooperativas Agropecuárias do estado pediu ao governo federal uma pausa de 120 dias para o pagamentos de contratos. O presidente da Fecoagro, Paulo Pires, participou de uma reunião com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, nesta quarta-feira, 08. Pires contou ao Agro Estadão que o ministro foi “muito receptivo” aos pleitos das cooperativas gaúchas que têm, ao todo, quase 180 mil associados.

“Não existe logística para comercialização. É um momento em que os negócios não vão fluir com normalidade”, disse. A Fecoagro tem 42 cooperativas filiadas que têm participação expressiva na produção agropecuária do Rio Grande do Sul. De acordo com a entidade, elas representam 60% da produção de trigo, 45% no leite, 45% na soja e 20% no milho. 

Pires comentou, sem dar detalhes, que fez outros pedidos ao ministro da Agricultura, e lembrou que o Rio Grande do Sul teve apenas um ano de “safra normal” nos últimos cinco anos. 

“Perdemos por chuva, depois perdemos por seca durante três anos, e perdemos de novo por excesso de chuva. Então temos reivindicações pontuais em nome do produtor e um pouco das próprias cooperativas, para se estruturarem e fazerem o seu papel que é de ajudar o associado a produzir”, conclui.

Governo tenta prorrogação de 90 dias para produtores rurais do RS 

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que pediu ao governo para encaminhar ao Conselho Monetário Nacional, a solicitação de prorrogar em 90 dias os pagamentos dos produtores rurais afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A ideia é que o CMN realize uma reunião extraordinária para deliberar o voto. Ainda não há previsão para que isso aconteça.

Por conta da situação de calamidade pública no RS, o Banco Central já anunciou que suspendeu, por três meses, as ações de inscrição de devedores do estado gaúcho em dívida ativa, assim como o envio de certidões de dívida ativa para protesto e o ajuizamento de execuções fiscais.