Pedido da Frente Parlamentar é de R$ 25 bilhões para equalização de juros
A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) apresentou na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), suas propostas para o Plano Safra 2025/26. A principal demanda é de aporte público de R$ 25 bilhões para a equalização de juros, além da destinação de pelo menos 1% do valor total do plano para subvenção ao seguro rural. Segundo a entidade, a ideia é garantir previsibilidade ao produtor e evitar novas interrupções no crédito rural, como a ocorrida em fevereiro deste ano.
Segundo o presidente da FPA, Pedro Lupion, a sugestão foi construída com base nas contribuições das 59 entidades que integram o Instituto Pensar Agro (IPA). Um dos principais pontos destacados é a necessidade de um aporte maior para a equalização de juros, diante da expectativa de uma taxa Selic próxima a 15% em julho. “Essa equalização, que é o que de fato custa para os cofres públicos, teria que ter necessidade de pelo menos R$ 25 bilhões”, afirmou.
Na safra atual (2024/25), o financiamento estimado para a safra, incluindo recursos públicos e privados, é de R$ 1,2 trilhão, sendo que o Plano Safra respondeu por R$ 476,5 bilhões. Para a próxima safra, estima-se um custo de R$ 1,3 trilhão.
Outro destaque da proposta é o fortalecimento do seguro rural, especialmente diante de problemas climáticos recorrentes como os registrados no Rio Grande do Sul e no Centro-Oeste. A ideia é destinar 1% do valor total do plano exclusivamente para esse fim. Com a estimativa de um Plano Safra de R$ 599 bilhões, o valor seria de R$ 5,99 bilhões.
A FPA também defende a criação de uma “Farm Bill brasileira”, uma política agrícola plurianual, inspirada no modelo dos Estados Unidos. “Nosso sonho é conseguir fazer um planejamento plurianual da safra, que seja um planejamento de cinco anos e que a gente tenha previsibilidade orçamentária.”