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Agricultura

Pássaros perigosos: mito ou realidade? 

Ataques de aves geralmente são defensivos: proteção de ninhos, filhotes ou busca por alimento, não agressividade gratuita

Nome Colunistas

Redação Agro Esadão*

20/10/2025 - 05:00

Gavião-carijó. Foto: Adobe Stock
Gavião-carijó. Foto: Adobe Stock

Em agosto, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) enfrentou uma situação inusitada: alunos foram atacados por seriemas no campus. Este incidente trouxe à tona uma questão intrigante: seriam os pássaros perigosos? 

Geralmente, associamos as aves a criaturas inofensivas e belas. Entretanto, em determinadas circunstâncias, algumas espécies podem exibir comportamentos agressivos ou representar riscos.

Por que alguns pássaros atacam?

Ao analisarmos o comportamento das aves, é essencial entender que o termo “perigoso” frequentemente se refere a um comportamento defensivo instintivo e não a uma agressividade gratuita. 

Com base em estudos etológicos (ciência que estuda o comportamento animal), podemos identificar várias razões pelas quais as aves podem atacar humanos:

  • Defesa territorial: durante a época de reprodução, as aves se tornam extremamente protetoras de seus ninhos, ovos e filhotes;
  • Proteção de filhotes: o instinto parental nas aves é notavelmente forte. Quando filhotes caem do ninho ou estão aprendendo a voar, tornam-se vulneráveis; 
  • Busca por alimento: em cenários de escassez, algumas aves podem competir por recursos alimentares com animais de criação. Em casos extremos, podem até mesmo atacar pequenos animais em propriedades rurais;
  • Percepção de ameaça: máquinas agrícolas, veículos ou mesmo pessoas podem ser percebidos como invasores ou predadores em potencial por algumas espécies de aves; 
  • Ataques por engano: ocasionalmente, uma ave pode confundir um movimento humano ou objeto com uma presa, levando a um ataque.

Conheça o comportamento de alguns pássaros

Quero-quero

passáros perigosos
Foto: Adobe Stock

Entre as aves que mais despertam atenção quando o assunto é comportamento defensivo está o quero-quero (Vanellus chilensis). Conhecido pelo canto estridente e pelas “patrulhas” em campos abertos, ele é um verdadeiro símbolo dos gramados do Sul do Brasil.

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Algumas situações de ataque já viraram manchetes, principalmente quando ocorrem em campos de futebol.

Na primavera, época de reprodução, o quero-quero se transforma: abandona o perfil pacato e passa a ser extremamente protetor de seus ninhos, geralmente construídos em áreas abertas e de fácil acesso.

O comportamento agressivo é, na verdade, um instinto essencial para a sobrevivência dos filhotes, que nascem precoces, mas vulneráveis a predadores. Basta uma pessoa se aproximar do ninho para o quero-quero partir para o ataque, voando rente à cabeça com gritos altos e rasantes ameaçadores.

Apesar de raramente causar ferimentos, o ataque de quero-quero pode assustar. Além de sua função defensiva, o quero-quero tem papel importante na cadeia ecológica, controlando insetos e colaborando para o equilíbrio dos ambientes onde vive.

Gaviões e falcões

passáros perigosos
Gavião-pato. Foto: Adobe Stock

Gaviões e falcões, como o Gavião-carijó (Rupornis magnirostris) e o Gavião-pato (Spizaetus melanoleucus), são predadores naturais essenciais para o equilíbrio ecológico, especialmente no controle de roedores e outras pragas

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O comportamento de caça dessas aves é instintivo, focando principalmente em presas pequenas. Em fazendas e sítios, podem ocasionalmente atacar aves de criação, como pintos e galinhas jovens, além de pequenos animais como coelhos. 

É importante ressaltar que esses ataques são motivados pela busca de alimento e não por agressividade direcionada aos humanos.

Para minimizar conflitos, recomenda-se a proteção adequada de criações pequenas, especialmente em áreas abertas. O uso de cercados cobertos ou abrigos pode reduzir significativamente o risco de predação por gaviões e falcões.

Siriemas

passáros perigosos
Foto: Adobe Stock

As siriemas são aves impressionantes, com altura média de 70 centímetros, podendo atingir até 90 centímetros de comprimento e pesar até 1,4 quilos. 

Facilmente reconhecíveis por seu bico e pernas vermelhos, crista formada por penas longas e pestanas marcantes, essas aves são uma presença comum em áreas rurais do Brasil.

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Com uma dieta variada que inclui insetos, pequenos vertebrados como roedores, anfíbios, répteis e até outras aves, as siriemas desempenham um papel importante no controle de populações de pequenos animais. 

A professora Marilise Mendonça Krügel, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSM, esclarece que “as siriemas não são naturalmente agressivas. No entanto, as aves podem adotar comportamentos defensivos. É normal que defendam ninhos e filhotes”.

Durante a época de reprodução, que ocorre entre agosto e janeiro, as siriemas constroem ninhos com gravetos, variando desde o chão até 5 metros de altura. 

Para evitar conflitos com siriemas, é aconselhável manter distância de áreas onde se observa a presença de ninhos ou filhotes. Respeitar o espaço dessas aves durante o período reprodutivo é fundamental para uma convivência harmoniosa.

Corujas

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Coruja-orelhuda. Foto: Adobe Stock

Grandes espécies de corujas, como a Coruja-orelhuda (Asio clamator) e a Coruja-buraqueira (Athene cunicularia), são aves de rapina noturnas especializadas na caça de pequenos mamíferos e, ocasionalmente, outras aves. 

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Seu comportamento de caça silencioso durante a noite as torna predadoras eficientes, mas também pode gerar preocupações entre produtores rurais.

As corujas raramente representam uma ameaça direta aos humanos. No entanto, sua presença pode causar inquietação em áreas rurais, especialmente quando há criações de pequenos animais. 

Para proteger animais de estimação ou de criação de pequeno porte, recomenda-se mantê-los em abrigos seguros durante a noite.

É importante lembrar que as corujas desempenham um papel fundamental no controle de pragas, especialmente roedores. Portanto, sua presença em propriedades rurais pode ser benéfica para o equilíbrio ecológico e para a proteção de culturas contra danos causados por pequenos mamíferos.

Carcará

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Foto: Adobe Stock

O carcará é uma ave de rapina oportunista, frequentemente associada à carniça, mas também um predador ativo. Sua presença imponente e tamanho considerável podem ser intimidantes, especialmente quando está defendendo um alimento ou território.

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Em ambientes rurais, o carcará pode predar filhotes de animais e aves menores. Embora não seja comumente agressivo contra humanos, sua natureza oportunista pode levá-lo a se aproximar de áreas habitadas em busca de alimento.

Para evitar atrair carcarás, é importante manter áreas de descarte de resíduos orgânicos bem gerenciadas e proteger adequadamente animais jovens ou de pequeno porte. 

A presença dessas aves pode ser benéfica para o controle de pragas e limpeza do ambiente, desde que mantida uma distância segura.

Anu-preto e Anu-branco

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Anu-preto. Foto: Adobe Stock

Estas aves sociais, que vivem em bandos, alimentam-se principalmente de insetos e sementes. Embora não sejam predadores de grande porte, anus podem ser considerados problemáticos em ambientes rurais por duas razões principais:

  • Comportamento territorial: na defesa de seus ninhos, podem se tornar agressivos, especialmente quando em grupos;
  • Impacto em lavouras: em grande número, podem causar prejuízos a culturas agrícolas, consumindo sementes e brotos.

Para lidar com anus em propriedades rurais, recomenda-se o uso de métodos de afugentamento não letais, como espantalhos ou dispositivos sonoros. 

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Além disso, proteger hortas recém-plantadas pode reduzir significativamente o impacto dessas aves na produção agrícola.

Casuar

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Foto: Adobe Stock

Embora não seja uma espécie nativa do Brasil, o casuar merece menção como uma das aves mais perigosas do mundo. Nativo das florestas tropicais da Nova Guiné e nordeste da Austrália, o casuar é uma ave grande, não voadora, com pernas poderosas e garras afiadas em forma de punhal.

O comportamento do casuar é extremamente territorial e defensivo, especialmente quando se sente ameaçado ou está protegendo seus filhotes. 

Capaz de correr em altas velocidades e saltar, o casuar pode desferir golpes com suas garras, potencialmente causando ferimentos graves ou até fatais.

Embora os ataques de casuares a humanos sejam raros, eles servem como um lembrete global do potencial de perigo que algumas aves podem representar quando provocadas ou se sentem ameaçadas. 

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Este exemplo extremo ressalta a importância de respeitar o espaço e o comportamento natural das aves, mesmo aquelas que parecem menos ameaçadoras.

A compreensão do comportamento das aves e o respeito por seu habitat natural são fundamentais para uma coexistência harmoniosa entre humanos e a fauna silvestre. 

Para produtores rurais, o conhecimento sobre as espécies locais e seus padrões comportamentais é uma ferramenta valiosa na prevenção de conflitos e na proteção tanto da propriedade quanto da biodiversidade.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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