Para a CropLife Brasil, os ganhos podem ser ainda maiores com a aprovação de um marco legal dos bioinsumos, que garanta segurança jurídica para a inovação
O volume de bioinsumos aplicados em áreas agrícolas deve crescer mais de 13% na safra 2024/2025, em comparação com a safra passada e alcançar 155,4 milhões de hectares. A estimativa é de uma análise de mercado feita pela CropLife Brasil e apresentada durante o Fórum Bioinsumos Brasil, realizado nesta quarta-feira, 06, em Brasília.
Em relação às indústrias de pesquisa e desenvolvimento do setor, nos últimos três anos, houve um crescimento médio acumulado de 6% em vendas e de 13% em volume nos três primeiros trimestres anuais.
“É importante destacar que o quarto trimestre, historicamente, representa o maior volume de vendas, contribuindo com cerca de 40% do total anual deste mercado. Portanto, com base nesses dados, a expectativa é que encerramos o ano com um crescimento de dois dígitos alinhados com a projeção para a safra 2024/25”, projetou Amália Borsari, diretora de bioinsumos da CropLife Brasil.
A representante da associação também destacou que a demanda por bioinsumos continua crescente no mercado, mas reforça que, para manter o ritmo, é essencial que haja mais investimentos em inovação e desenvolvimento de novos produtos.
Em entrevista coletiva, o presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão, disse que os dados apresentados durante o Fórum de Bioinsumos têm como base o mercado regulado. Mas, uma vez que haja uma legislação específica para os bioinsumos, que garantam segurança jurídica para a inovação, os ganhos serão ainda maiores.
“Em um mercado em que há fortes investimentos em inovação, que envolve investimentos elevados — sejam recursos financeiros ou humanos —, no momento em que você tem uma legislação clara das regras do jogo, isso, obviamente, aumenta o estímulo para que as empresas invistam em novas tecnologias. Então a expectativa é que, havendo uma regulação que traga os elementos de previsibilidade para a indústria, os investimentos vão fluir em um ritmo mais acelerado do que hoje”, destacou.
Apesar da urgência do setor pela aprovação do marco regulatório, atualmente o Congresso ainda não tem o texto final para votação, como detalhou Eduardo Leão durante a coletiva: “O que a gente sabe é que o relator, o deputado Sérgio Souza (MDB-PR), está conversando com diversos segmentos da sociedade, não só do setor privado, mas também com o governo, dentro do Congresso Nacional, para tentar buscar o máximo de harmonização de pontos desses diferentes segmentos”, afirmou Leão.
A diretora de bioinsumos da CropLife Brasil, Amália Borsari, complementou que a proposta é criar um fluxo racional do que deve passar para a avaliação de segurança dos bioinsumos. “Então, a nossa proposta seria estabelecer um gatilho na legislação que pudesse, com base em informações técnicas e científicas, fazer a avaliação do risco preliminar, para que seja realmente encaminhado para a análise dos órgãos daquilo que realmente precisa”, explicou.
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