Evento discute os avanços e desafios do agronegócio brasileiro; Green Deal, mudanças climáticas e acordos internacionais são temas
“O Agro é gigante, assim como são os desafios”, disse o CEO do Estadão, Erick Bretas, na abertura do Estadão Summit Agro, nesta quarta-feira, 13, em São Paulo. “O agro é pop, a gente concorda. Mas o slogan não traduz com precisão o tamanho da importância do setor para o Brasil”, ressaltou.
Entre os desafios, está a conectividade. Bretas destacou que 20 milhões de hectares de lavouras estão cobertos com sinal de internet, porém “enquanto o mundo discute o que vem depois do 5G e da Internet das Coisas, as propriedades rurais sofrem com sinal intermitente e lento”. Por isso, “os desafios ainda estão longe de serem superados”.
Bretas salientou a posição de liderança que o Brasil tem no mundo com o fornecimento de alimentos e, por isso, afirmou que a diplomacia brasileira tem como “prioridade negociar e rediscutir os termos que regem os acordos agrícolas entre a União Europeia (UE) com o Mercosul”, pontuou.
O executivo também destacou outras pautas que serão discutidas durante o evento, como o tema mudanças climáticas e disse que “é do campo que vêm surgindo soluções”. Bretas lembrou que o setor agropecuário brasileiro é referência em boas práticas e que o país deve ter a ambição de “liderar o mundo em agricultura sustentável”, defendeu.
“A emissão de créditos de carbono, a ampliação da agricultura regenerativa, o uso racional dos recursos naturais e dos insumos e tantas outras iniciativas nos colocam em posição privilegiada e de superioridade competitiva em relação aos grandes produtores mundiais”, disse. E complementou: “Isso sem falar na capacidade única do Brasil em produzir energia renovável na forma de biodiesel e etanol e do imenso parque hidrelétrico já instalado”.
Em vídeo, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, lembrou da abertura de mercados recorde para a agropecuária e do papel que o Brasil desempenha na sustentabilidade. “Temos praticamente 1,5 milhão de hectares já recuperados de pastagens degradadas recuperadas e 274 novos mercados abertos para os produtos agropecuários brasileiros”, disse Fávaro.
Conforme o ministro, o Brasil se consolida como um “grande player de produção de alimentos e energia com garantia de entrega e qualidade, além de rastreabilidade e certificações”, disse ressaltando que a agropecuária brasileira está “demonstrando claramente” que não é antagônico produzir e preservar.
Disse, ainda, que o País “mostra o direcionamento para o futuro, com combate ao desmatamento, aliado à intensificação da agropecuária para recuperar pastagens degradadas”. Segundo Fávaro, trata-se de investimentos que “geram oportunidades e ganham mercados mais exigentes”. E completou: “Somos (o setor agropecuário) gerador de empregos e de oportunidades para a economia brasileira, graças ao tripé de produzir com sustentabilidade e respeito social”.
O secretário de Agricultura e Pecuária de São Paulo, Guilherme Piai, destacou a importância do estado no agronegócio brasileiro, especialmente o que chamou de “o pré-sal caipira”, referindo-se à cana-de-açúcar que ocupa cerca de 5 milhões de hectares de lavouras.
Piai reforçou que já são 80 mil CARs validados. “São Paulo vai ser o primeiro estado do país a validar 100% dos CARs (Cadastro Ambiental Rural). Até o fim do ano a gente passa dos 100 mil e até o final de 2026, em parceria com a iniciativa privada, nós queremos validar 100%. O estado está pronto para implementar o Código Florestal Brasileiro, que é o mais rígido do mundo”, disse Piai, durante a abertura do evento.
O secretário também comemorou o crescimento das exportações paulistas, que avançou 11,2% de janeiro a outubro desse ano. “Pela primeira vez, São Paulo está exportando mais que Mato Grosso”, salientou.
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