Sustentabilidade

Água contaminada mata toneladas de peixes no “mini Pantanal” de SP; usina nega responsabilidade

Companhia Ambiental de São Paulo afirma que a contaminação veio da empresa e avalia qual multa será aplicada; Ministério Público foi acionado

Uma usina de etanol e açúcar surge como a principal suspeita pela morte de toneladas de peixes no rio Piracicaba, um dos mais importantes cursos de água do interior de São Paulo.  Autoridades desconfiam que a mortandade tenha sido causada pelo descarte irregular de resíduos agroindústrias.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) notificou a usina responsável pelo suposto lançamento irregular e solicitou a retirada imediata dos peixes mortos na região do Tanquã, conhecida como “mini Pantanal” paulista. 

Ao Agro Estadão, a Cetesb afirmou que espera a conclusão das análises laboratoriais das amostras para definir qual será a penalidade aplicada à Usina São José. A definição deve ser anunciada na sexta-feira, 19. Para esses casos, a multa prevista pode chegar a R$ 50 milhões.

“Técnicos da Agência Ambiental de Piracicaba já constataram que a mancha de efluentes contaminados lançados pela empresa na semana passada chegou à localidade de Tanquã e provocou a mortandade de peixes”, diz a Cetesb.

A mortandade ganhou repercussão nesta semana depois que toneladas de peixes boiaram na região de Tanquã, uma área de proteção ambiental abastecida pelo rio Piracicaba. No entanto, de acordo com a Cetesb, os primeiros casos foram registrados no dia 7 deste mês, na zona urbana de Piracicaba (SP), e posteriormente também relatados por pescadores da região.

Por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema),  a prefeitura de Piracicaba acionou o  Ministério Público de São Paulo (MPSP) para investigar a poluição local.

Peixes mortos no rio Piracicaba. Foto: Gian Carlos/SOS Rio Piracicaba

O que diz a Usina São José

Em resposta, a Usina São José S/A Açúcar e Álcool disse que está colaborando com as investigações da Polícia Ambiental e do Ministério Público para “garantir uma investigação transparente e justa, que leve às causas deste incidente” e que não é responsável pelos lançamentos de resíduos. 

“Após cinco inspeções realizadas por técnicos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) nas dependências da Usina São José S/A Açúcar e Álcool, nada foi informado à empresa formalmente que explique o motivo ou a origem da mortalidade de peixes registrada nos últimos dias. Insinuações de envolvimento da usina nessa ocorrência são precoces e não tem, até agora, qualquer comprovação ou fundamento,” diz a empresa em nota. 

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