Segundo boletim lançado por ministério, produção da pesca artesanal superou 280 mil toneladas e cresceu quase 12% de um ano para outro
A produção e a pesca de peixes, crustáceos, moluscos e outros no Brasil somou 1,35 milhão de toneladas no ano passado. Em relação a 2023, o resultado foi 11,5% maior. Os dados estão no Boletim da Estatística Pesqueira e Aquícola 2023-2024, lançado nesta semana pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).
A maior parcela da produção veio da aquicultura, ou seja, do cultivo de peixes. Neste caso, foram produzidas mais de 881,24 mil toneladas, tanto em água doce (continental) como em água salgada (marinha). Já a pesca – captura de peixes criados na natureza – registrou 478,9 mil toneladas em 2024.
O levantamento também indica que o Brasil exportou 113,3 mil toneladas de pescados, 2% a mais em relação ao período anterior. O faturamento com esses embarques foi de US$ 468,4 milhões (+14,9%). As importações também aumentaram, chegando a 299,9 mil toneladas (+7,5%).
Ano | Aquicultura (mil t) – Continental | Aquicultura (mil t) – Marinha | Pesca (mil t) – Continental | Pesca (mil t) – Marinha | Total (mil t) |
2023 | 655,3 | 136,2 | 0,58 | 427,14 | 1219,22 |
2024 | 724,25 | 156,39 | 0,57 | 478,34 | 1359,55 |
Fonte: Boletim da Estatística Pesqueira e Aquícola 2023-2024
A aquicultura brasileira foi responsável por uma receita de R$ 10,7 bilhões no ano passado. Segundo o boletim, isso representou um crescimento de 14,5% em valores gerados, motivado pela alta da produção. “Esse resultado indica uma recuperação e expansão favorável do setor no período pós-pandemia, alinhado à tendência de expansão global do setor”, indicou a pasta no documento.
A tilápia foi o peixe mais produzido, representando 60% da produção aquícola, com 499,3 mil toneladas. O tambaqui apareceu em segundo, com 120,8 mil toneladas. Na aquicultura marinha, os camarões chegaram a 146,8 mil toneladas e os mexilhões produzidos em cultivo somaram 7 mil toneladas.
Outro dado apresentado pelo levantamento é a demanda por ração. Em 2024, o segmento comprou 1,8 milhões de toneladas de alimentos para a piscicultura e a carcinicultura.
Da parcela correspondente à pesca marinha, mais da metade veio da captura artesanal. No ano passado, foram 281,51 mil toneladas, um crescimento de 11,9% no comparativo com 2023. As demais 196,82 mil toneladas foram oriundas da pesca industrial, que também registrou alta na mesma proporção.
Entre os itens mais pescados, os peixes foram os principais, com 418 mil toneladas. Depois, vieram os crustáceos, com 52,8 mil toneladas, seguidos por moluscos, com 6 mil toneladas.
O destaque foram as sardinhas, peixe mais pescado em 2024, com 121,8 mil toneladas (+47,7%). Os atuns também apareceram entre os três principais grupos de peixes, com 44,1 mil toneladas (-1,64%). As corvinas completaram a listagem, com 35,09 mil toneladas (+8%). Nos demais grupos, os mais pescados foram camarões, com 37,7 mil toneladas (+0,9%), e lulas, com 1,7 mil toneladas (+126,3%).
Quanto à divisão por regiões, o Sul apareceu como a principal área pesqueira, com 244,2 mil toneladas. Só o Estado de Santa Catarina representou 87,4% desse volume. O Nordeste veio em segundo, com 114,8 mil toneladas. Sudeste, com 96,6 mil toneladas, e Norte, com 22,6 mil toneladas, completaram a lista. O Centro-Oeste não tem Estados com costa marinha.
Sobre a pesca continental, o MPA faz uma ressalva sobre os números, pois houve uma indisponibilidade de dados, o que acabou limitando o levantamento. Diante disso, a estimativa é de que foram pescados 567,1 toneladas, sendo o norte responsável por 87,4% desse resultado. A corvina-de-água-doce (75,1 toneladas), o tucunaré (67,02 toneladas) e o curimatã (39,6 toneladas) foram as espécies mais pescadas.
Os dados também podem ser acessados pelo Painel Unificado da Estatística Pesqueira e Aquícola disponibilizado pelo MPA.