BRS A709 desenvolvida pela Embrapa também se destaca pela tolerância ao acamamento e resistência a doenças típicas do arroz
Uma nova cultivar de arroz lançada pela Embrapa pode atingir um potencial produtivo de 16.100 kg por hectare. Com um ciclo médio de 127 dias do plantio à colheita, a BRS A709 é especialmente recomendada para as condições de cultivo em Goiás, Maranhão, Paraná, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e Tocantins, onde a irrigação é realizada por inundação. A variedade também se destaca pela tolerância ao acamamento e moderada resistência à brusone (principal doença do arroz), à mancha-de-grãos e à mancha-parda.
Ao Agro Estadão, o analista da Embrapa Arroz e Feijão, Rodrigo Sergio e Silva, explicou que a tolerância ao acamamento ocorre porque a planta continua verde, mesmo quando os grãos já estão próximos do momento da colheita. “A planta, estando verde, possui uma maior sustentabilidade para não acamar”, reforça.
A nova cultivar também se destaca pelo rendimento estável de grãos inteiros (69%), com qualidade industrial e culinária premium. “Os grãos são de uma massa excepcional, translúcidos, resultando em um arroz longo, fino, solto e macio na panela, como a dona de casa do Brasil exige”, detalha o analista da Embrapa.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que a área cultivada de arroz irrigado registrou um aumento de 5,8%, totalizando 1,3 milhões de hectares na safra 2024/25. A produção estimada é de 11,15 milhões de toneladas, um crescimento de 14,5% em relação ao ciclo anterior.
Segundo Rodrigo Sergio e Silva, a nova cultivar de arroz tem o potencial de aumentar ainda mais a produtividade da cultura, especialmente com adoção em larga escala nas principais regiões produtoras. “No Rio Grande do Sul, principalmente, os produtores estão tendo uma experiência positiva com a cultivar nesta safra e estão encantados com seu potencial produtivo”, avalia.
A cultivar BRS A709 foi lançada inicialmente para a região tropical (GO, MA, RR e TO) e agora tem indicação estendida para Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Segundo o analista da Embrapa, ela está apta a ser cultivada em outras regiões produtoras de arroz do país, desde que o sistema de produção adotado seja o irrigado por inundação. “Ela vai estar apta para produzir no Centro-Oeste, principalmente em Goiás e Mato Grosso, e outras regiões do Brasil onde se produz arroz, como Baixo São Francisco e Vale do Paraíba. Ela só não vai funcionar nas regiões de arroz de terras altas, que vem sendo bastante plantado em áreas de pivô central do Cerrado brasileiro”, ressalta.
Os produtores interessados em adquirir sementes da BRS A709 durante o período de plantio (a partir de agosto, na Região Sul, e em outubro e novembro, nas regiões tropicais) podem entrar em contato com os sementeiros parceiros da Embrapa. Os endereços e contatos estão disponíveis no link.