Gente
Itaipu adotará protocolo sanitário para galinheiros comunitários no Paraná
Medidas incluem georreferenciamento, cadastro de aves e restrição da região onde estruturas poderão ser instaladas

Mônica Rossi | Porto Alegre | monica.rossi@estadao.com
10/04/2025 - 14:49

Um protocolo sanitário será elaborado para garantir a sanidade das aves criadas em 64 galinheiros que serão instalados em áreas indígenas no Paraná. As regras serão definidas pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e pela Itaipu Binacional (financiadora dos galinheiros), que farão um monitoramento dos espaços para garantir o cumprimento das exigências de segurança sanitária. O acordo foi firmado em uma reunião, nesta semana, que incluiu representantes de instituições do poder público e do setor produtivo avícola.
A adoção de medidas “imediatas e urgentes” foi uma demanda da Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná (Sistema FAEP), devido aos riscos sanitários associados à criação informal e de subsistência de aves. “A nossa preocupação sempre foi em relação à questão sanitária. Não podemos colocar em risco uma atividade na qual o Paraná é líder e que movimenta mais de R$ 40 bilhões por ano. Qualquer contaminação decorrente desses galinheiros comunitários poderia trazer impacto com prejuízos incalculáveis”, afirmou, em nota, Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP.
A Itaipu afirmou que as galinhas que hoje já existem nas comunidades, criadas soltas, também serão confinadas para melhorar o controle. Será feito ainda um processo de georreferenciamento, com o cadastro de todas as galinhas, atendendo ao protocolo já vigente no Paraná. Pelo acordo, os galinheiros não poderão conter outras espécies, como patos, marrecos e gansos. O projeto também deve ficar restrito à região Oeste paranaense, sem incluir o Litoral, como previsto anteriormente.
“A Itaipu segue garantindo todas as medidas de proteção sanitária no sentido de preservar a produção avícola do Paraná assim como segue comprometida a com a subsistência das comunidades mais vulneráveis do estado, como no caso as aldeias Avá Guarani”, reforçou, em nota, o gestor dos Programas de Sustentabilidade Indígena da Itaipu, Paulo Porto.
O coordenador do projeto, Jhony Alex Luchmann, disse à reportagem que a reunião serviu para sanar possíveis dúvidas com relação ao cumprimento dos protocolos sanitários. “A produção de carne e ovos obtidos pelos galinheiros destina-se exclusivamente à subsistência das famílias indígenas, com objetivo de garantir segurança alimentar. Não há, portanto, finalidade comercial na produção. Além disso, o projeto conta com profissionais que farão o acompanhamento e monitoramento de toda a produção, garantindo a sanidade, o cuidado e a conformidade com todos os protocolos sanitários”, afirmou o gestor.
A reunião teve a participação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), do Sistema Ocepar, de cooperativas, do Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Sistema Faep) e da Itaipu.
Galinheiros comunitários geraram críticas
O projeto Opaná: Chão Indígena prevê a construção de 64 galinheiros comunitários em comunidades indígenas no Paraná e gerou preocupações no setor agropecuário devido ao risco de disseminação de doenças como a gripe aviária. A iniciativa é desenvolvida pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD) em parceria com a Itaipu Binacional e com o programa Itaipu Mais que Energia. Em março, a FAEP e a Adapar pediram medidas para mitigar os riscos sanitários. Como mostrou a reportagem do Agro Estadão, o temor era que o projeto poderia impactar a avicultura comercial do estado, líder nacional na produção de frango.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Gente
1
Produtores têm até 30 de setembro para enviar o ITR 2025
2
Prazo para ITR 2025 termina nesta terça-feira; confira dicas
3
Celso Moretti assume presidência do CGIAR e recebe prêmio internacional
4
Fazenda Nova Aliança imprime legado centenário em cada xícara de café
5
Vagas no Agro: inscrições para residência do Senar terminam nesta sexta-feira
6
Agro emprega mais de um quarto da força de trabalho do país

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Gente
Vagas no Agro: MG tem seleção para dois cursos superiores gratuitos
Oportunidades são para formação presencial em Agropecuária de Precisão, em Pitangui, e Tecnologia de Laticínios, em Juiz de Fora

Gente
Fazenda Nova Aliança imprime legado centenário em cada xícara de café
Conheça a história de Juliana e Flávio, que produzem cafés de baixo carbono, com sustentabilidade que vai além da produção

Gente
Agro emprega mais de um quarto da força de trabalho do país
Número de mulheres no agronegócio sobe e setor atinge novo recorde de empregos

Gente
Prazo para ITR 2025 termina nesta terça-feira; confira dicas
Declaração pode ser feita, inclusive, de forma online pelo site da Receita Federal
Gente
Vagas no Agro: inscrições para residência do Senar terminam nesta sexta-feira
Programa oferece 200 vagas para estudantes recém-formados em 21 estados com bolsas de até R$ 2,5 mil
Gente
Vagas no Agro: IDR-Paraná abre seleção com salários de até R$ 9,4 mil
Inscrições gratuitas começam em 4 de outubro. Há oportunidades para agrônomos, veterinários, engenheiros e técnicos
Gente
Produtores têm até 30 de setembro para enviar o ITR 2025
Declaração é obrigatória para todos os proprietários de imóveis rurais, exceto isentos
Gente
Celso Moretti assume presidência do CGIAR e recebe prêmio internacional
Ex-presidente da Embrapa é o primeiro brasileiro a liderar rede internacional e recebe prêmio Norman Borlaug