Gente
Holding rural: o que é e quais as vantagens para o produtor
Planejar uma holding rural exige uma preparação, mas pode ser estratégico na sucessão familiar

Da Redação*
09/09/2024 - 17:32

Gerir uma propriedade rural como um negócio é um desafio para parte dos produtores. Apesar disso, é praticamente unânime entre os especialistas do setor que esse entendimento faz a diferença no resultado final de um pequeno ou grande produtor rural. E uma das formas de administrar o patrimônio do campo é por meio de uma holding rural.
Além de ser uma facilitadora do trabalho, tornando a gestão mais profissional, uma holding rural poupa o trabalho de sucessão familiar, já que isso estará muito melhor azeitado dentro da estrutura de uma empresa. Para entender mais sobre essa alternativa, o Agro Estadão preparou um material que passa pela definição até a prática.
O que é holding rural?
Antes de entender o que é holding rural, é preciso saber o que é uma holding. Esse termo vem do inglês que significa manter, conter. Basicamente, uma holding é uma empresa que administra outras empresas. Não necessariamente precisam ser negócios do mesmo ramo, como é o caso da Itaúsa, por exemplo – uma holding que detém parte das ações do Banco Itaú e de outras seis empresas.
Existem dois tipos: holding pura, cujo único objetivo é a participação no capital de outras empresas; e a holding mista, que além de gerir as empresas, pode exercer atividades operacionais. De forma geral, a holding rural se encaixa no primeiro tipo – a holding pura, pois está focada na gestão e sucessão, sem realizar a operação direta.
Assim, a holding rural é uma empresa criada especificamente para administrar o patrimônio rural. Por exemplo, uma família que tem propriedades rurais no Sul e no Centro-Oeste pode tornar essas propriedades pessoas jurídicas e passar o controle delas para uma única empresa – uma holding, no caso.
Vantagens da holding rural para o produtor
Montar uma holding rural tem seus desafios, mas também traz benefícios para o produtor rural, especialmente na gestão do negócio. Algumas vantagens são:
Organização patrimonial
Um dos pontos estratégicos da holding rural é a proteção do patrimônio. Ao transferir os bens rurais para uma holding, o produtor tem uma proteção maior contra riscos, como dívidas pessoais ou disputas familiares. Além disso, coloca todos esses bens sobre um mesmo guarda-chuva jurídico, o que traz mais clareza nas tomadas de decisão. Outro ponto é que o produtor ou sua família pode terceirizar o serviço de administração da holding, contratando a figura de um CEO, por exemplo.
Gestão eficaz
A holding rural permite uma gestão centralizada e profissional dos bens e atividades rurais, o que traz outras vantagens. O produtor otimiza os recursos e processos, e acaba tendo mais facilidade no acesso a crédito e investimentos. Ao centralizar as decisões, é possível ter ganhos de escala e maior eficiência operacional.
Planejamento tributário estratégico
Outro ponto é a questão tributária. Dependendo de como estiver estruturada, a holding rural pode ter vantagens fiscais, o que diminui o impacto dos impostos sobre o lucro. Além disso, normalmente o que produtor recebe da holding, seja por meio de dividendos ou de outros proventos, tem isenção de imposto de renda pessoa física.
Sucessão hereditária
A holding também é uma ferramenta de sucessão familiar. Isso evita, por exemplo, que os bens rurais passem por um processo de inventário ou que a atividade exercida sofra alguma paralisação devido a questões jurídicas relacionadas à morte de um ente familiar. Outro aspecto é a possibilidade de fazer essa distribuição dos bens ainda em vida.
O que é preciso para montar uma holding rural?
Vale lembrar que antes de dar início ao processo de criação de uma holding, o produtor precisará de acompanhamento e orientação profissional, já que muitas das etapas precisam desse apoio. As etapas de criação de uma holding rural podem ser divididas assim:
1. Planejamento estratégico: identificação dos objetivos e metas da holding, bem como a análise dos bens que serão transferidos para a empresa;
2. Escolha da estrutura societária: decisão sobre o tipo societário que melhor atende às necessidades dos sócios;
3. Documentação necessária: elaboração do contrato social ou estatuto, além de documentos que comprovem a titularidade dos bens a serem transferidos para a holding;
4. Registro e formalização: registro da holding nos órgãos competentes, como a Junta Comercial e Receita Federal;
5. Transferência dos bens: realização da transferência formal dos bens rurais para a holding, garantindo que todos os ativos estejam sob gestão da nova empresa, além do pagamento das despesas tributárias vindas desse processo.
Por ser uma empresa, a holding também segue as determinações previstas para as empresas. Por isso, sua estrutura societária pode variar, mas os tipos mais comuns são a sociedade limitada (LTDA) e a sociedade anônima (S/A). No momento da criação da holding, o produtor rural pode escolher de acordo com o tamanho do patrimônio, da quantidade de sócios e da necessidade de flexibilidade na gestão e sucessão.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Gente
1
Produtores têm até 30 de setembro para enviar o ITR 2025
2
Prazo para ITR 2025 termina nesta terça-feira; confira dicas
3
Celso Moretti assume presidência do CGIAR e recebe prêmio internacional
4
Fazenda Nova Aliança imprime legado centenário em cada xícara de café
5
Pesquisadora do IAC é premiada por solução inédita para citros
6
Vagas no Agro: inscrições para residência do Senar terminam nesta sexta-feira

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Gente
Vagas no Agro: MG tem seleção para dois cursos superiores gratuitos
Oportunidades são para formação presencial em Agropecuária de Precisão, em Pitangui, e Tecnologia de Laticínios, em Juiz de Fora

Gente
Fazenda Nova Aliança imprime legado centenário em cada xícara de café
Conheça a história de Juliana e Flávio, que produzem cafés de baixo carbono, com sustentabilidade que vai além da produção

Gente
Agro emprega mais de um quarto da força de trabalho do país
Número de mulheres no agronegócio sobe e setor atinge novo recorde de empregos

Gente
Prazo para ITR 2025 termina nesta terça-feira; confira dicas
Declaração pode ser feita, inclusive, de forma online pelo site da Receita Federal
Gente
Vagas no Agro: inscrições para residência do Senar terminam nesta sexta-feira
Programa oferece 200 vagas para estudantes recém-formados em 21 estados com bolsas de até R$ 2,5 mil
Gente
Vagas no Agro: IDR-Paraná abre seleção com salários de até R$ 9,4 mil
Inscrições gratuitas começam em 4 de outubro. Há oportunidades para agrônomos, veterinários, engenheiros e técnicos
Gente
Produtores têm até 30 de setembro para enviar o ITR 2025
Declaração é obrigatória para todos os proprietários de imóveis rurais, exceto isentos
Gente
Celso Moretti assume presidência do CGIAR e recebe prêmio internacional
Ex-presidente da Embrapa é o primeiro brasileiro a liderar rede internacional e recebe prêmio Norman Borlaug