Casa Branca cita o etanol brasileiro ao mencionar países que “tiraram vantagem dos EUA” com taxas mais altas
O presidente Donald Trump anunciou nesta quarta-feira, 02, a imposição de uma sobretaxa de 10% sobre produtos importados do Brasil, como parte de um pacote mais amplo de medidas protecionistas que atingem diversos países.
A tarifa foi decidida após estudo conduzido pela equipe econômica da Casa Branca e é o mínimo das taxas que serão aplicadas sobre as nações. “O que ele [Trump] anunciou foi uma tarifa adicional, quer dizer, uma tarifa adicional de 10% para todos os produtos do mundo inteiro. Para alguns países, a tarifa vai ser maior, como a China e União Europeia. Mas, para alguns países, como o Brasil e o Reino Unidos, será uma tarifa mínima de 10%”, afirmou o colunista do Agro Estadão, ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil, e sócio da BMJ consultores, Weber Barral.
Barral destaca que a sobretaxa não se aplica ao aço e alumínio, pois o governo norte-americano já impôs tarifas de 25% sobre esses itens em uma medida específica anunciada em março. “É uma medida diferente. Eles [aço e alumínio] vão ter 25%. Os carros também vão ter 25%. Essas são medidas separadas”, ressaltou o sócio da BMJ Consultores.
Em discurso marcado por críticas a parceiros comerciais e promessas de fortalecer a indústria americana, Trump afirmou que os Estados Unidos não vão aceitar mais “serem roubados” por outras nações.
As tarifas adicionais, segundo ele, fazem parte de um decreto presidencial que institui a política de tarifas recíprocas, elevando barreiras comerciais contra países que, na visão do ex-presidente, prejudicam a economia dos EUA.
Segundo a Casa Branca, “essas tarifas permanecerão em vigor até que o presidente Trump determine que a ameaça representada pelo déficit comercial e pelo tratamento não recíproco subjacente seja satisfeita, resolvida ou mitigada.”
Além do mais, alguns bens não estarão sujeitos à Tarifa Recíproca. São eles:
O documento ainda cita o Brasil no caso do etanol, em que o país impõe tarifa de 18%, “mais alta ao etanol do que os Estados Unidos (2,5%)”, traz a ficha informativa.
A partir de sábado, 05, valerá a tarifa de 10% para todos os países, incluindo o Brasil. Em 09 de abril, inicia a cobrança da taxa individualizada recíproca mais alta aos países com os quais os Estados Unidos têm os maiores déficits comerciais.