Economia

Plantadores de cana pedem subvenção para reduzir perdas com tarifaço

Segundo as entidades do setor, medida é para preservar os 130 mil empregos ligados à cultura, 80% deles na agricultura familiar

A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) defende a retomada da subvenção econômica de R$ 12 por tonelada de cana do Norte e Nordeste como forma de aliviar os impactos da taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre o açúcar exportado das regiões. 

Segundo nota da Feplana, a proposta foi apresentada nesta semana pelo deputado federal Coronel Meira (PL-PE) e pelo senador Efraim Filho (União-PB), por meio de emendas à Medida Provisória 1.309/2025, que trata do plano de socorro aos exportadores brasileiros afetados pela nova alíquota. A MP tramita no Congresso Nacional em regime de urgência.

O benefício havia sido concedido nos governos de Dilma Rousseff, quando “socorreu cerca de 27 mil produtores diante da seca”. Segundo as entidades do setor, como a Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) e a União Nordestina dos Plantadores de Cana (Unida), a medida agora é fundamental para preservar os 130 mil empregos ligados à cultura, 80% deles na agricultura familiar.

A emenda prevê que a subvenção seja paga diretamente ao produtor afetado pela taxação ou por meio de programas de preço mínimo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O custeio, segundo a entidade, poderia vir do Fundo de Garantia à Exportação (FGE); Banco do Brasil e BNDES, com estrutura de apoio regional; Ministério da Agricultura, via programa de assistência técnica; ou da própria Conab.

Alexandre Andrade Lima, vice-presidente da Feplana e presidente da AFCP, alertou para os efeitos da medida norte-americana sobre a renda dos fornecedores.“Isso pode significar uma perda em torno de 7 a 10 reais por tonelada de cana. É um desastre para as usinas e para os fornecedores de cana aqui da região Nordeste”, disse.