Economia
Lindos e rentáveis: conheça mais sobre a criação de peixes ornamentais
Iniciar na criação de peixes ornamentais requer análise de viabilidade, escolha do sistema ideal e legalização para garantir o sucesso do empreendimento
Redação Agro Estadão*
13/05/2025 - 08:00

A criação de peixes ornamentais é uma atividade promissora e uma excelente alternativa para diversificar a renda. Este segmento da piscicultura atrai a atenção de empreendedores devido ao seu potencial de lucro e crescimento de mercado.
Diferentemente da piscicultura de corte, focada na produção de alimentos, a criação de peixes ornamentais tem como foco atender a demanda de aquaristas e entusiastas de aquários.
De acordo com o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), cerca de 800 espécies de peixes ornamentais estão autorizadas para cultivo, importação e exportação no Brasil.
O mercado de peixes ornamentais no Brasil e no mundo
O panorama atual do mercado de peixes ornamentais é caracterizado por uma alta demanda, tanto no cenário nacional quanto internacional.
De acordo com o Data Bridge Market Research, o mercado de peixes ornamentais ao nível global foi avaliado em 9,46 milhões de dólares até 2030, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 6,4% no período entre 2023 e 2030.
Os principais centros consumidores incluem países da Europa, América do Norte e Ásia, com destaque para Japão, Alemanha e Estados Unidos. No Brasil, a produção de peixes ornamentais está concentrada em polos produtivos, como as regiões Sudeste e Sul.
Para o produtor rural brasileiro se inserir e se destacar nesse segmento, é fundamental investir em qualidade, diversidade de espécies e práticas sustentáveis de criação.
A certificação de origem e a garantia de peixes saudáveis são fatores que agregam valor ao produto e aumentam a competitividade no mercado internacional.
Planejamento e estrutura para iniciar a criação de peixes ornamentais
O planejamento adequado é a base para o sucesso na criação de peixes ornamentais. Inicialmente, é essencial realizar uma análise de viabilidade econômica, considerando o investimento inicial necessário, os custos operacionais e o retorno esperado.
O investimento inicial pode variar significativamente dependendo da escala de produção e do sistema escolhido. É importante considerar gastos com infraestrutura, equipamentos, aquisição de matrizes e capital de giro para os primeiros meses de operação.
Escolha do local e legalização da atividade
A seleção da área ideal na propriedade é um fator crítico para o sucesso do empreendimento. É necessário considerar:
- Acesso à água de qualidade em quantidade suficiente;
- Disponibilidade de energia elétrica;
- Topografia adequada para a construção de tanques ou instalação de sistemas de criação.
Quanto à legalização, o produtor deve registrar a atividade com o CNAE específico para criação de peixes ornamentais e obter as licenças ambientais necessárias. É recomendável consultar os órgãos ambientais locais e a secretaria de agricultura para orientações sobre os procedimentos e documentos necessários.
Sistemas de produção para peixes ornamentais
Existem diferentes sistemas de criação utilizados na piscicultura ornamental, cada um com suas características, vantagens e desvantagens:
Tanques escavados: são econômicos e permitem a criação de um grande número de peixes, porém requerem maior área e podem ser mais suscetíveis a variações climáticas.
Tanques elevados: oferecem melhor controle das condições de criação e facilitam o manejo, mas têm custo inicial mais elevado.
Sistemas de recirculação de água (RAS): proporcionam maior controle ambiental e uso eficiente da água, embora exijam maior investimento inicial e conhecimento técnico.
A escolha do sistema mais adequado dependerá da realidade do produtor, do investimento disponível e das espécies que serão criadas.

Infraestrutura para a criação de peixes ornamentais
A infraestrutura básica para a criação de peixes ornamentais inclui:
- Tanques de criação (escavados ou elevados);
- Sistemas de aeração para manter níveis adequados de oxigênio;
- Filtros para manutenção da qualidade da água;
- Sistema de abastecimento e escoamento de água;
- Instalações de apoio, como laboratório para reprodução e área de quarentena.
Adicionalmente, é importante contar com equipamentos para monitoramento da qualidade da água, como medidores de pH, temperatura e oxigênio dissolvido.
Seleção e manejo das espécies de peixes ornamentais
A escolha das espécies a serem criadas deve considerar fatores como demanda de mercado, rusticidade, facilidade de reprodução em cativeiro e valor comercial. Algumas espécies populares e rentáveis para criação em propriedades rurais incluem:
- Betta (betta splendens);
- Peixe-palhaço (amphiprion ocellaris);
- Peixe-anjo-imperador (pomacanthus imperator);
- Carpa-comum (cyprinus carpio).
É importante pesquisar as características específicas de cada espécie e sua compatibilidade com as condições de criação disponíveis na propriedade.
Nutrição e alimentação dos peixes ornamentais
A nutrição adequada é fundamental para o crescimento, coloração e saúde dos peixes ornamentais. Uma alimentação balanceada contribui para o desenvolvimento de características desejáveis, como cores vibrantes e nadadeiras bem formadas, valorizadas no mercado.
Existem diferentes tipos de rações disponíveis para peixes ornamentais:
Ração extrusada: é a mais comum, com boa flutuabilidade e estabilidade na água;
Ração peletizada: adequada para espécies que se alimentam no fundo do tanque;
Alimentos vivos: como artêmia e microvermes, são essenciais para algumas espécies e fases de desenvolvimento.
A frequência e quantidade de alimentação variam conforme a fase de desenvolvimento e a espécie dos peixes. Em geral, alevinos e juvenis requerem alimentação mais frequente em pequenas quantidades, enquanto adultos podem ser alimentados uma ou duas vezes ao dia.
Boas práticas na criação de peixes ornamentais
O manejo diário é essencial para o sucesso na criação de peixes ornamentais. As rotinas de manejo incluem:
- Observação constante dos animais para identificar sinais de doenças ou estresse;
- Limpeza regular dos tanques para remoção de resíduos e manutenção da qualidade da água;
- Controle de predadores, como aves e insetos;
- Manutenção preventiva dos equipamentos, como filtros e sistemas de aeração.
Ademais, é importante manter registros detalhados sobre alimentação, crescimento, reprodução e ocorrência de doenças. Essas informações são valiosas para o aprimoramento contínuo do manejo e da produtividade.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
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