Economia
Milho: colheita da 2° safra passa de 70% no Brasil
Ritmo mais acelerado dos trabalhos em campo não significa maior produtividade, destaca consultoria
Rafael Bruno
15/07/2024 - 13:18

Na última semana, a colheita do milho segunda safra foi concluída em 70,51% das lavouras destinadas à cultura no Brasil, marcando o ritmo mais acelerado já registrado no país, segundo acompanhamento da consultoria Pátria Agronegócios. Na safra passada, neste mesmo período, o volume colhido chegava a 40,07%, em 2022, era de 52,78% e na média dos últimos cinco anos o porcentual é de 42,50%.
Com 88,50% da safra colhida, Mato Grosso, principal produtor do grão, caminha para a reta final de colheita. Na temporada passada, o avanço estava em 68,23%. A média do estado é de 72,93%.
Destaque para o Paraná, que registra um ritmo bem acima do histórico médio. Os paranaenses já colheram 74,10% do safrinha, percentual muito acima do registrado no ano passado neste período, de apenas 6,20%. A média dos últimos cinco anos é de 19,06%.
Apesar do avanço em todo país, puxado principalmente por Mato Grosso, responsável por mais de 50% da produção brasileira do grão, o sócio-diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, explica que os dados não refletem necessariamente um melhor resultado.
“O principal problema de antecipação da colheita foi o milho que sofreu com a falta de chuvas entre final de abril começo de maio, em especial nos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná, que acabou forçando a antecipação de ciclo”, diz Pereira ao Agro Estadão, explicando que a aceleração observada da colheita é um sinal ruim para a produtividade, uma vez que a falta de precipitações fez com que as espigas antecipassem a maturação sob estresse hídrico, diminuindo a quantidade e qualidade dos grãos.
Também contribuíram para o avanço os investimentos dos produtores em máquinas agrícolas e tecnologias que possibilitaram ganhos no ritmo de colheita, acrescenta o analista.
Confira abaixo demais estados avançados com a colheita do milho segunda safra:
- Mato Grosso do Sul: 46,10% (2024) / 14,80% (2023) / 19,80% (média 5 anos)
- Goiás: 59,20% (2024) / 20,10% (2023) / 25,64% (média 5 anos)
- São Paulo: 48,60% (2024) / 14,84% (2023) / 18,70% (média 5 anos)
- Minas Gerais: 47,40% (2024) / 20,60% (2023) / 20,34% (média 5 anos)
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