Economia
Fungos que atacam a horta: conheça os principais tipos e como prevenir
Aprenda sobre os fungos que afetam hortas e como práticas de manejo integrado podem evitar prejuízos e garantir uma produção saudável

Redação Agro Estadão
12/11/2024 - 21:23

Você sabia que os fungos podem causar um impacto econômico significativo na produção de hortas? Para os produtores rurais, especialmente aqueles que fazem parte da agricultura familiar, entender e combater esses inimigos invisíveis é crucial.
No Brasil, a agricultura familiar representa 77% dos estabelecimentos agrícolas, com cerca de 3,9 milhões de propriedades, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
As hortas desempenham um papel vital na produção de alimentos, mas a presença de fungos pode comprometer diretamente a produtividade.
Panorama da produção de hortas no Brasil
A produção agrícola no Brasil atingiu 295,1 milhões de toneladas em 2024, apesar de uma queda de 6,4% em relação a 2023, conforme dados da Embrapa.
Para pequenos produtores, as hortas são uma fonte essencial de renda e emprego, contribuindo significativamente para a economia local.
Compreender os desafios e as oportunidades nesse setor é fundamental para garantir a sustentabilidade e o crescimento contínuo.
Principais tipos de fungos na horta

Identificar fungos na horta pode ser desafiador, mas é essencial para um manejo eficaz. Os sinais mais comuns incluem manchas nas folhas, descoloração e murchamento das plantas. Conheça quais são os mais comuns:
Oídio
Este fungo se caracteriza pelo aparecimento de um pó branco sobre as folhas, que pode se espalhar rapidamente para outras partes da planta. Afeta principalmente cucurbitáceas como pepino, abóbora e melão.
Antracnose
Manifesta-se através de manchas escuras e deprimidas nos frutos e folhas. É especialmente prejudicial em cultivos de tomate, pimentão e berinjela. Em condições de alta umidade, podem aparecer pontuações rosadas no centro das lesões.
Fusariose
Causa amarelamento progressivo das folhas, começando pelas mais velhas. Ao cortar o caule longitudinalmente, é possível observar um escurecimento dos vasos. Afeta severamente tomates e outras solanáceas.
Míldio
Caracteriza-se por manchas amareladas na face superior das folhas e um crescimento pulverulento acinzentado na face inferior. É particularmente problemático em alface, couve e outras brássicas.
Podridão-de-esclerotínia
Causa podridão mole na base do caule, com posterior aparecimento de estruturas brancas que evoluem para estruturas negras e duras (escleródios). Afeta uma ampla gama de hortaliças.
Culturas mais suscetíveis a fungos
A sensibilidade das culturas aos fungos varia bastante e é afetada tanto por fatores genéticos quanto pelo ambiente.
O tomate, por exemplo, é uma das plantas mais vulneráveis a fungos. Ele pode ser atacado por várias doenças fúngicas, como a requeima, causada pelo Phytophthora infestans, que pode destruir a plantação em poucos dias em condições favoráveis.
As folhosas, como alface, rúcula e chicória, são bastante sensíveis ao míldio e à podridão-de-esclerotínia. Como estão próximas ao solo e precisam de irrigação frequente, isso facilita o surgimento desses fungos.
As brássicas (como couve, repolho e brócolis) enfrentam grandes desafios com a hérnia das crucíferas, causada pelo Plasmodiophora brassicae, e também são vulneráveis à alternariose. A formação de “cabeças” ou rosetas densas nessas plantas cria um ambiente ideal para fungos, especialmente em períodos chuvosos.
No grupo das solanáceas, além do tomate, o pimentão e a berinjela também são muito sensíveis à antracnose, principalmente nos frutos. As raízes dessas plantas também sofrem com fungos do solo, como o Fusarium e o Verticillium, que podem comprometer a produção.
As cucurbitáceas (como abóbora, pepino e melão) são altamente suscetíveis ao oídio, que cobre rapidamente as folhas, reduzindo a capacidade de fotossíntese.
Prevenção de fungos na horta

Manejo do Solo
Para controlar fungos, comece com um solo bem preparado. Ajuste o pH com base em uma análise de solo, pois um pH adequado fortalece as plantas e pode inibir patógenos.
A adição de matéria orgânica melhora a estrutura do solo, aumenta os microrganismos benéficos e ajuda as plantas a se defenderem melhor. Um bom sistema de drenagem é essencial para evitar encharcamento, que favorece fungos.
Irrigação
Escolher e manejar bem o sistema de irrigação é fundamental. O gotejamento é ideal porque fornece água direto ao solo, sem molhar as folhas.
Se for usar aspersão, irrigue pela manhã para que as folhas sequem durante o dia. Monitore a umidade do solo para evitar excesso ou falta de água, ambos prejudiciais às plantas.
Espaçamento entre plantas
Mantenha o espaçamento recomendado entre as plantas para garantir boa ventilação e reduzir a umidade. Plantas muito próximas criam um microclima que favorece os fungos.
O espaçamento certo também facilita a entrada de luz solar, que tem efeito natural contra fungos, e permite a aplicação de tratamentos fitossanitários.
Rotação de culturas
A rotação de culturas ajuda a prevenir doenças fúngicas, pois alternar plantas de famílias diferentes interrompe o ciclo dos patógenos. Planeje um intervalo mínimo de três anos antes de plantar a mesma cultura ou família na mesma área.
A inclusão de plantas com propriedades fungicidas naturais, como cravo-de-defunto e algumas ervas aromáticas, também traz benefícios.
O controle de fungos em hortas requer uma abordagem integrada, combinando métodos preventivos e curativos. O primeiro passo é sempre a identificação correta do patógeno, pois diferentes fungos podem requerer tratamentos específicos.
Para um controle efetivo, podemos utilizar tanto métodos naturais quanto químicos, sempre priorizando as opções menos agressivas ao ambiente e à saúde.
A prevenção e o monitoramento constante são fundamentais para manter a horta livre de fungos. Implementar as práticas sugeridas pode não apenas proteger suas plantas, mas também aumentar a produtividade e a rentabilidade.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
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