Medida tem objetivo de conter a ferrugem asiática, principal ameaça à soja no Brasil
O vazio sanitário da soja em Roraima chegou ao fim oficialmente nesta quarta-feira, 19, liberando os produtores para iniciar o plantio da oleaginosa para a colheita de 2025. Durante esse período, ficou suspenso o cultivo e a manutenção de plantas de soja nas propriedades, uma medida essencial para interromper o ciclo de reprodução do fungo causador da ferrugem asiática, principal doença que atinge a cultura no Brasil.
Segundo a Portaria nº 1618 da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), o período de semeadura vai de 19 de março a 26 de junho de cada ano. Caso haja alterações no cronograma, o produtor será comunicado previamente pela Secretaria de Defesa Agropecuária. A expectativa da Aderr é que Roraima ultrapasse os 130 mil hectares de soja plantada nesta safra.
Desde 2022, o estado possui um cadastro de todos os produtores de soja no território roraimense, facilitando o controle da sanidade das lavouras. A medida é uma exigência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
A ferrugem asiática foi identificada no Brasil pela primeira vez em 2001, após análises do Mapa. Em Roraima, a doença só foi detectada em 2021, quando uma inspeção de rotina da Aderr confirmou casos em propriedades nos municípios de Alto Alegre e Iracema.
Em nota, o diretor de Defesa Vegetal da Aderr, Marcos Prill, explicou que o principal dano causado pela ferrugem asiática é a desfolha precoce da planta, o que prejudica a formação dos grãos e diminui a produtividade. “O controle com agrotóxicos tem se mostrado eficaz, mas o uso contínuo pode favorecer o desenvolvimento de resistência do fungo“, alerta.