Para a soja, possibilidade de o país atingir uma produção próxima a 53,5 milhões de toneladas foi descartada
A bolsa de grãos de Rosário, na Argentina, reduziu severamente sua projeção para a safra de milho no país devido à estiagem que atinge amplas áreas produtoras. O boletim divulgado na quarta-feira, 15, ainda aponta um cenário de perdas na soja.
No caso do milho, a colheita estimada em 52 milhões de toneladas (Mt) para a temporada 2024/25 caiu para 48 Mt. O corte representa uma perda de 4 Mt em relação ao potencial projetado anteriormente. Na comparação com o ano passado, a queda na produção de milho seria de 8,5%.
Segundo a instituição, o corte é resultado da ausência de chuvas significativas por mais de um mês. Alia-se ao quadro, ondas de calor, baixa umidade relativa e radiação intensa, que prejudicaram as lavouras de milho, especialmente as plantadas na segunda quinzena de outubro.
O boletim destaca ainda que na semeadura da safra de milho 2024/25, houve muita incerteza devido à cigarrinha. Além disso, foi promovido um plantio antecipado, o que acentuou o impacto da falta de água. Considera-se que, neste ano, as semeaduras realizadas a partir de 15 de novembro, chamadas de “tardias”, representaram 60%, enquanto no ano passado ultrapassaram os 65%.
Com isso, a bolsa de grãos enfatiza que a possibilidade de sustentar a produção de milho dependerá das chuvas e do desenvolvimento que o grão proveniente de semeaduras tardias alcançar.
Para a soja, os cenários de alta produtividade foram descartados. De acordo com o relatório, seriam necessárias chuvas muito significativas para recuperar a possibilidade de atingir rendimentos médios na oleaginosa de primeira safra. “Muitos casos já apresentam perdas de plantas, aborto de flores e ataques de pragas típicas da seca, como ácaros e tripes”, pontua a nota.
Já as áreas de soja de segunda safra, plantadas após o trigo, estão comprometidas na região central do país. “Lamentavelmente, a situação da soja de segunda safra começa a ser irreversível, especialmente no norte de Buenos Aires, devido à grande perda de plantas observada nos últimos dias”, afirma a bolsa de grãos argentina.
Diante do cenário, grandes rendimentos foram descartados. Sem estimar novos números, a instituição manteve apenas uma estimativa de área semeada de 17,8 milhões de hectares. Além disso, afastou a possibilidade de o país alcançar uma produção na faixa de 53 a 53,5 milhões de toneladas.