Abertura Oficial da Colheita da Oliva discutiu desafios climáticos, isenção de importação do azeite e incentivo à pesquisa na olivicultura
O município de Cachoeira do Sul (RS) sediou a 13ª Abertura Oficial da Colheita da Oliva. Na ocasião, o secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi), Clair Kuhn, disse que a expectativa é colher uma safra maior que a do ano passado. Apesar da estimativa, os produtores ainda não têm os números definidos de produtividade.
“A azeitona é uma planta que sofre com as intempéries, mas no estado temos uma produção de qualidade e um produto que agrega valor. A cadeia está se formando cada vez mais forte e a Secretaria da Agricultura é parceira para a construção de novas ações que auxiliem no desenvolvimento da olivicultura gaúcha”, enfatizou Kuhn.
Presente no evento, o presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes, ressaltou as adversidades enfrentadas pelos produtores em função do clima nas safras de 2024 e 2025. “Em 2023 tivemos uma supersafra, nos encantamos com a produção. Mas depois, devido ao clima, houve redução em 2024 e novamente uma safra com queda de produção”, relatou.
Em reportagem do Agro Estadão, o dirigente do Ibraoliva destacou que o inverno de 2024 não foi tão frio quanto a cultura precisava no início do plantio, o que influenciou na quebra da safra.
Conforme mostrou o Estadao.com, na tentativa de reduzir os preços de produtos como carne, café, açúcar, milho, azeite, óleo de girassol, sardinha, biscoitos e massas alimentícias para os consumidores, o governo anunciou que vai zerar a alíquota do imposto de importação desses itens. Atualmente a taxa de importação do azeite é de 9%.
O presidente do Ibraoliva destacou que, no ano passado, o volume de compras internacionais do produto foi de aproximadamente R$ 4,5 bilhões. “Desse valor, em torno de 9% e 10% correspondem a meio bilhão de reais. O nosso país tem condição de abrir mão de R$ 500 milhões de impostos, que deveriam ser aplicados em tantos outros setores da parte social que nós precisamos?”, indagou.
Durante a 13ª Abertura Oficial da Colheita da Oliva, o Ibraoliva e a Seapi assinaram um protocolo de intenções, em parceria com a Embrapa Clima Temperado, para desenvolver pesquisas e inovações nos processos produtivos, com foco na sustentabilidade e na resiliência climática da olivicultura.
O acordo também tem o objetivo de unir esforços para obter recursos em diversas agências de financiamento e entidades parceiras, compartilhar olivais para realização de pesquisas e qualificar o setor por meio de cursos, treinamentos e outras ações de capacitação técnica.