Economia
CNA: acordo Mercosul-Efta é estratégico para inserção do agronegócio brasileiro
Em 2024, os países do Efta importaram US$ 455 milhões em produtos agropecuários brasileiros, como soja em grãos, café verde e farelo de soja

Broadcast Agro
09/07/2025 - 15:38

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia que o acordo entre Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta), concluído há uma semana, é “estratégico” para o agronegócio brasileiro.
Em nota, a entidade afirma que o acordo vai representar uma oportunidade para o setor agropecuário nacional, especialmente para produtos de maior valor agregado, como alimento gourmet, orgânicos, bebidas e alimentos com indicação geográfica. Isso porque os países que compõem a Efta – Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein – “estão entre as economias com maior renda mundial e possuem consumidores com alto poder aquisitivo com PIB per capita médio de US$ 85 mil”, destacou a CNA.
Os países do Efta importaram US$ 455 milhões em produtos agropecuários brasileiros em 2024, sobretudo de soja em grãos, café verde e farelo de soja, conforme dados divulgados pela CNA.
Para o presidente da CNA, João Martins, o acesso do agronegócio brasileiro às economias da Efta permitirá ampliar o comércio internacional dos produtos agropecuários e diversificar mercados. “A CNA acredita que a consolidação de acordos comerciais com parceiros estratégicos é essencial para o crescimento sustentável do Brasil, especialmente em um cenário internacional marcado pelo aumento do protecionismo”, disse Martins, em ofício encaminhado ao ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.
A CNA citou, ainda, o fomento de investimentos bilaterais, transferência tecnológica e parcerias em áreas como inovação e sustentabilidade. Entre os produtos brasileiros com potencial de acesso ao mercado da Efta, a partir do acordo, a CNA destaca café especial e industrializado; frutas tropicais e processadas (manga, mamão, abacaxi e açaí, além de polpas e sucos); vinhos e queijos com indicação geográfica; carnes premium (carne bovina de raças especiais e cortes nobres de frango e suíno) e produtos sustentáveis e orgânicos (mel orgânico, castanhas da Amazônia, óleos vegetais especiais).
Outro benefício para o agronegócio brasileiro, segundo a CNA, será a eliminação imediata de tarifas para 95% dos produtos agrícolas brasileiros e cotas preferenciais para alguns produtos, como a carne bovina. Produtos como cebolas, leite condensado, suínos vivos, carnes de frango refrigeradas, farinhas de carne e ossos e flores terão tarifas reduzidas, hoje algumas são superiores a 1.000%, observa a entidade.
O acordo também dispõe sobre o mecanismo de “pre-listing” quanto ao modelo sanitário a ser adotado entre os blocos, o que é visto com bons olhos para dar agilidade ao processo. surge como uma inovação importante do acordo, permitindo o reconhecimento prévio do sistema brasileiro de inspeção sanitária. A medida trará agilidade para as exportações de carnes e outros produtos alimentícios.
A previsão do governo brasileiro é de que o acordo seja assinado ainda neste ano, após revisão jurídica dos textos que compõem o tratado. “O acordo do Mercosul com a Efta poderá servir como catalisador para o avanço do processo de ratificação do acordo com a União Europeia, ao demonstrar a capacidade do bloco sul-americano de firmar compromissos comerciais modernos, equilibrados e sustentáveis com parceiros desenvolvidos”, observou a CNA, na nota.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Banco do Brasil inicia renegociações de dívidas na próxima semana
2
Soja: Argentina zera impostos e ameaça exportações do Brasil para a China
3
Safra 2025/2026 deve bater novo recorde com 353,8 milhões de toneladas
4
Importações de milho pela China caem 90,5% em agosto
5
Margem da indústria de carnes segue pressionada por tarifa dos EUA
6
Governo confirma municípios habilitados para renegociação de dívidas rurais

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Economia
Trump acusa China de 'hostilidade econômica' ao não comprar soja dos EUA
Presidente americano disse que pode encerrar, como retaliação, as relações comerciais com os chineses para compra de óleo de cozinha

Economia
Manga, uva e pescado: como estão esses setores dois meses após o tarifaço?
Abipesca diz que as empresas exportadoras seguem sem mercado e sem crédito, apesar da ajuda anunciada pelo governo

Economia
STJ decide que crédito garantido por CPR em operação Barter fica fora de RJ
Corte entendeu que a conversão da cobrança em dinheiro não altera a natureza do crédito nem implica renúncia à garantia vinculada ao título

Economia
Após casos de intoxicação, campanha reforça consumo de vinho seguro
Setor vitivinícola lança campanha Vinho Legal para orientar sobre produtos com procedência garantida
Economia
Soja 2024/25 em Mato Grosso atinge 96% de vendas
Imea aponta que comercialização no Estado avança, mas segue abaixo do mesmo período do ciclo anterior
Economia
Além da soja, agro brasileiro avança com a disputa EUA–China
Conflito entre as duas maiores economias do mundo impulsiona exportações brasileiras de carne bovina e milho para o gigante asiático
Economia
Renegociação de dívidas pelo Desenrola Rural alcança R$ 11,971 bilhões
Valor é referente a um período des sete meses: de 24 de fevereiro, quando o programa começou, a 24 de setembro
Economia
Uso da malha hidroviária no Brasil cresce apenas 1,39% em dois anos
Ciclo anterior do levantamento, feito pela Antaq, mostrou uma expansão de, aproximadamente, 5% nas hidrovias brasileiras